À segunda foi de vez. Ana Manso conseguiu fazer aprovar a moção estratégica da distrital da Guarda do PSD ao congresso de Pombal durante uma segunda Assembleia Distrital, no passado dia 30 de Março, a que faltaram os delegados das concelhias de Gouveia, Manteigas e Trancoso, bem como os representantes da JSD.
Chumbado por maioria à primeira, o que aconteceu pela primeira vez na história da distrital, o documento acabou por passar por «unanimidade» à segunda tentativa. Quem não compareceu na última votação alega que esta foi uma reunião de «recurso» para ratificar a moção proposta por Ana Manso. Entretanto a JSD já veio dizer que não reconhece o documento. «Não reconhecemos legitimidade estatutária à Assembleia Distrital de quarta-feira, só a primeira é válida», argumenta Fernando Lopes, líder dos “jotas” guardenses, para quem «não se pode andar a fazer Assembleias Distritais até que a moção passe». «A ter que haver nova votação, ela teria que acontecer oito dias depois da primeira, conforme os estatutos. Mas se assim fosse, o documento já não iria a tempo de ser inscrito para o congresso», recorda. O também membro da Comissão Política Nacional assume a contestação à actual líder e chega ao ponto de pôr em causa a legalidade da segunda votação. «Terão sido delegados ou militantes a votar na quarta-feira?”, interroga, suspeitando que algumas concelhias tenham «arregimentado» militantes para tal. Ao que tudo indica, terão participado na última Assembleia Distrital perto de 70 delegados, quando aquele órgão é composto por 200.
Por sua vez, Ana Manso considera que o documento não foi votado «duas vezes» porque o primeiro escrutínio foi «nulo». «Constatou-se que houve pessoas que votaram sem terem direito a fazê-lo», considera, acusando os seus opositores de «cobardia» por não terem comparecido na passada quarta-feira. Contudo, a situação veio acentuar a crescente contestação e o isolamento da presidente da distrital da Guarda, também derrotada na eleição dos delegados ao congresso na sua própria concelhia.