Trinta e dois enfermeiros e 23 técnicos de farmácia são a nova leva de profissionais formados na Guarda. Na passada sexta-feira, a Sé Catedral foi o palco para a bênção dos finalistas dos dois cursos da Escola Superior de Saúde da Guarda. Trajados a rigor, os agora profissionais de saúde foram chamados um a um para serem benzidos, depois de lidos os respectivos discursos. Com a Catedral a “rebentar pelas costuras”, finalistas e familiares não disfarçaram a emoção do ultrapassar de uma importante etapa.
«É uma mistura de emoções e de adrenalina, eu nem sei decifrar o que estou a sentir». Foi desta forma que Patrícia do Adro transmitiu o que lhe ia na alma no final da cerimónia. A guardense revelou sentir-se «muito feliz» por ter cumprido o dever ao longo destes quatro anos, que foram de «grande sacrifício e de muito trabalho, mas consegui». Quando convidada a fazer um balanço dos tempos de estudante, não hesita: «Nem que fosse por este dia, valeu a pena. Para além disso, durante estes quatro anos também conheci o meu namorado, hoje noivo, e amigos que nunca vou esquecer», refere. Apesar de considerar que no nosso país a colocação de enfermeiros «não está muito fácil», admite que «todos os colegas que têm saído, mesmo em Portugal, têm emprego». Ainda assim, no seu caso, o futuro passa pela Suíça. «Tenho lá o namorado a trabalhar há um ano, eu começo já em Agosto e com a perspectiva de ficar por muitos anos. Depois logo se verá», revela.
A mãe de Patrícia disse sentir-se «feliz» e «cheia de alegria» com o ultrapassar desta etapa por parte da filha. Fátima do Adro lembra que o percurso foi feito com «muito esforço e sacrifícios» por parte da família, mas com «grande alegria e no final, com esforço e sacrifício, a alegria é muito maior do que quando são só facilidades». Emocionada, admitiu que «tudo valeu a pena, porque, apesar dos sacrifícios, este era o curso que a minha filha queria e acho que ela vai ser uma excelente profissional». A emoção também esteve presente entre os finalistas de Farmácia. Catarina Brites revelou que aquele foi um dia de «muita alegria, o culminar de uma etapa bastante difícil, de todos os esforços que fizemos, as noites em branco para estudar, a ausência da família. É muita emoção junta». Natural da Mêda, a recém-licenciada revelou que alguns dos colegas que terminaram o curso «já têm trabalho», pelo que está bastante esperançada no futuro.
«Agora é esperar que cheguem novas etapas e outros desafios, sendo que para a nossa área ainda há bastantes lugares e gente a pedir pessoas formadas no nosso curso», afiançou. A esperança é partilhada pelo irmão de Catarina, que confidenciou que a irmã «tem muita garra», pelo que acredita que o seu futuro vai ser «muito bom, porque se empenhou muito ao longo do curso e trabalha muito», garantiu. E Bruno Brites não escondeu a «emoção» do momento, até porque se trata da única irmã: «É a primeira licenciada que temos na família, é um momento especial e estou sem palavras», disse.
Rafael Mangana 
