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Santos…

«João Paulo II faleceu há um ano (…) Da mesma maneira que deixei de me interessar pelo facto de não receber o Prémio Nobel da Paz(…) também não me interessa a notícia da sua eventual beatificação. Ele vale por si só, independentemente dos títulos. É alguém a quem posso chamar nas minhas orações»

João Paulo II faleceu há um ano. Já escrevi neste jornal que o considero o meu anti-herói:”A face de um homem que, como todos nós, sofre, padece e sustenta a dor. A sua resistência é o maior legado que deixa à humanidade. É a verdadeira essência de um homem de Fé. É a fragilidade que acentua a sua grande nobreza. A contrapor com os heróis de plástico dos nossos dias, João Paulo II é um homem verdadeiro, de carne e osso, de glórias e angústias. O Papa não é um atlética olímpico nem um modelo de passerelle – é um líder espiritual” – Março.2005.

Da mesma maneira que deixei de me interessar pelo facto de não receber o Prémio Nobel da Paz – já que ele era superior aos prémios políticos – também não me interessa a notícia da sua eventual beatificação. Ele vale por si só, independentemente dos títulos. É alguém a quem posso chamar nas minhas orações. O seu testemunho de vida é para mim suficiente. E, como disse Albert Schweitzer, “dar o exemplo não é a melhor maneira de influenciar os outros – é a única”.

…e Pecadores!

Ao fim de quase um ano de julgamento, 81 militares da Brigada de Trânsito foram condenados por corrupção passiva: 65 saíram com pena suspensa, mas 16 foram punidos com prisão efectiva. Os advogados vão recorrer por considerarem as penas pesadas. Mas por mim, acho que os homens da lei, sempre que condenados, devem ter efectivamente penas pesadas. Isto porque devem ser julgados também pelo crime de abuso de confiança em relação a uma sociedade que confiava neles e os considerava como garantia de segurança e de justiça.

Mas penso que outro agente deveria estar nas barras do tribunal. António Bernardino, zeloso presidente da ASPIG – Associação Sócio-Profissional Independente da Guarda, veio dizer à comunicação social que “não foram arrolados oficiais, e isso é negativo para a ASPIG”.

Ou seja, negativo, não é o facto de alguns agentes terem desonrado a farda que vestiam. O importante é que fossem arrolados… oficiais. Ou seja, segundo ele, há oficiais que – no mínimo – são suspeitos de corrupção. Então resta perguntar, porque não os denuncia? Porque não dá um contributo positivo para ajudar a restaurar a imagem de uma entidade que deveria estar acima de qualquer suspeita?

– E já agora, porque não é chamado ao Ministério Público para dar esclarecimentos sobre as suas declarações?

Por: João Morgado *

* Director do www.kaminhos.com

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