Na semana em que os novos estatutos da Universidade da Beira Interior foram homologados pelo Ministro do Ensino Superior e publicados em Diário da República, Manuel Santos Silva não fecha a porta a uma eventual recandidatura. Apesar de considerar que seria positivo o surgimento de um novo rosto à frente da instituição, o reitor confessa que tem sofrido «muitas pressões internas e externas», de modo a avançar para aquele que poderá ser o seu quarto mandato. O professor catedrático poderá, assim, enfrentar João Queiroz, um dos seus actuais vice-reitores, que já garantiu a O INTERIOR que mantém a intenção de ser candidato, independentemente de quem vier a encontrar no acto eleitoral.
Santos Silva frisa que «legalmente nada» o impede de se recandidatar, realçando que «ainda não» decidiu se avança, apesar das «pressões» que tem sofrido, «tanto a nível interno como externo» para o fazer. «Tenho que ponderar muito bem», reconhecendo que «era bom uma cara nova» e que «é tempo» de se «retirar», pois já está «há muito tempo» no cargo, assegurando que mesmo que não continue como reitor que não vai voltar as costas ao estabelecimento: «Eu não abandono a UBI. Continuarei a interessar-me e a ser um professor catedrático», frisando que durante os seus mandatos foram conseguidas importantes “conquistas” como «a expansão física e a qualificação do corpo docente». Ainda assim, não fica indiferente às pressões que tem sofrido, considerando que as pessoas vêm em si «um homem de confiança que poderá dar a estabilidade necessária à instituição em tempos de financiamentos complicados». Questionado sobre a possibilidade da sua eventual recandidatura poder gerir conflitos internos, tendo em conta que dois dos seus vice-reitores, João Queiroz e Mário Raposo, já se mostraram disponíveis para concorrer ao lugar de reitor, Santos Silva não teme que possa surgir instabilidade no seio da UBI: «O tempo próprio para as candidaturas só chegará quando o Conselho Geral abrir o processo eleitoral. De resto, a nova lei até permite o surgimento de candidatos externos. De intenções e conversas de corredores já se falou muito. As pessoas é que têm que ponderar se avançam ou não».
Caso se decida pela recandidatura, o actual reitor assevera ter «novos projectos» para a instituição, «mesmo em termos de expansão física», até porque «uma universidade nunca está feita», realça. «Seja quem for o reitor, tem que ter planos estratégicos para a instituição e eu não fujo à regra», assume. A decisão será tomada «dentro do próximo mês e meio», garante. Até lá, o reitor indica que a sua «preocupação» é que o Conselho Geral «possa tomar posse». O novo «órgão máximo» da UBI será constituído por 21 membros eleitos – 15 docentes, cinco alunos e um funcionário – que posteriormente irão proceder à cooptação de oito individualidades externas. Só depois será elaborado o regulamento das eleições, o que deverá suceder «o mais tardar até Outubro». Deste modo, o novo reitor deverá ser encontrado até ao final do ano.
Sem querer comentar a possível recandidatura de Santos Silva, por não querer tomar posição sobre «eventualidades», João Queiroz assegura que será «candidato». «Os pressupostos que eu tinha para avançar mantêm-se e tenho recebido cada vez mais manifestações de apoio das várias faculdades. Portanto mantenho-me disponível e serei candidato», assegura o presidente da Faculdade de Ciências da Saúde e do Conselho Científico da UBI.
Ricardo Cordeiro