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Santos Silva reeleito

João Queiroz, Mário Raposo e Luís Carrilho acompanham reitor por mais quatro anos

Com 86 votos a favor, 13 brancos e 3 nulos, Santos Silva foi reeleito na última segunda-feira pela Assembleia da Universidade para o cargo de reitor da UBI nos próximos quatro anos. «Um voto de confiança» que Santos Silva agradeceu, garantindo que, apesar de ter sido o único candidato, continuará a ser «responsável». Com tomada de posse prevista para Fevereiro do próximo ano – altura em que termina o actual mandato -, Santos Silva já revelou que João Queiroz (presidente da Faculdade de Ciências da Saúde e actual pró-reitor) e os actuais vice-reitores Mário Raposo e Luís Carrilho irão coadjuvá-lo na reitoria até 2007, tal como “O Interior” tinha adiantado. E apesar de haver mais um vice-reitor, o desejo de Santos Silva, reeleito pela maioria dos 102 votantes (num universo de 138 eleitores), é alargar também o número dos pró-reitores para um «maior desempenho de tarefas específicas», como a ligação aos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) ou para auxiliar, nomeadamente, a implementação do Processo de Bolonha. Ao que tudo indica, Santos Silva tenciona colocar três pró-reitores, sendo certo que José Carlos Venâncio, professor no departamento de Sociologia, irá ser convidado para continuar no cargo e desenvolver a ligação da UBI aos PALOP. Os restantes ainda não estão definidos, visto que a reitoria ainda está a «tentar delinear as tarefas para ver as pessoas que, em princípio, serão as mais adequadas», adianta Santos Silva. Com o Processo de Bolonha, o professor precisa de uma equipa «activa» capaz de dar resposta a esta alteração. «É toda uma mudança de responsabilidades», salienta, uma vez que a aprendizagem deixa de estar centrada no professor passando para os alunos.

Ciente da importância deste processo no combate ao insucesso escolar e aos baixos níveis dos licenciados portugueses quando comparados com os parceiros europeus e, sobretudo, face aos novos países de Leste, Santos Silva não esconde o receio desta nova metodologia de ensino. É que para além de ser muito difícil «mudar as mentalidades» de professores e de alunos, a UBI e as universidades portuguesas ainda «não podem começar a reestruturar os planos de estudo desses cursos sem existir uma Lei de Bases da Educação». Uma lacuna do Governo que não impede que a UBI esteja «já a trabalhar». Exemplo disso é a nova metodologia aplicada nos cursos de Medicina e Arquitectura – que se pretende alargar aos restantes – e também a ligação à Internet através da Biblioteca Central da instituição. Daí que Santos Silva tenha apelado a uma maior «responsabilidade» dos alunos. «Se exigimos mais responsabilidade aos professores, também podemos exigi-la aos estudantes», sublinhou.

Condições físicas de qualidade são a prioridade

De resto, Santos Silva vai nomear «a curto prazo» uma equipa constituída por João Queiroz, Luís Carrilho e Luís Lourenço para coordenar a implementação do sistema de créditos ECTS. Trata-se do Sistema Europeu de Transferência de Créditos Académicos e pretende facilitar o ensino no estrangeiro, graças a um processo de reconhecimento internacional que estabelece um meio de avaliação e comparação entre condições de ensino e a sua transferência de uma universidade para outra. Inicialmente caberá àquele «núcleo duro» a implementação do ECTS, sendo que o objectivo é estendê-lo aos representantes das várias unidades/faculdades da universidade. No dia em que foi reeleito, Santos Silva voltou a salientar a importância de ter instalações com qualidade para que a UBI possa continuar a desenvolver-se. Assim, a par da Faculdade de Ciências da Saúde – «que está encaminhada» -, é preciso «pressionar» o Governo para a reparação do edifício do Pólo II da Ernesto Cruz. É que a actual situação do pólo das Ciências Sociais e Humanas, a leccionar a tempo inteiro oito licenciaturas, é «insustentável». «Temos 0,8 metros quadrados por aluno em termos de sala de aula e não podemos continuar nesta situação», avisa. O objectivo é avançar com o projecto «com receitas próprias» para pedir ao Ministério, aquando da discussão do PIDDAC para 2005, «que nos financie a obra», sendo ainda necessário para este pólo uma nova unidade alimentar, já que os alunos poderão ter acesso ainda este ano lectivo à nova residência universitária.

Liliana Correia

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