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Santos Silva candidata-se ao terceiro mandato na UBI

Actual reitor promete novos projectos e desafios para os próximos quatro anos, adiantando desde já que irá alargar a equipa

O reitor da Universidade da Beira Interior (UBI), Santos Silva, vai apresentar até 7 de Novembro a sua recandidatura ao cargo pelo terceiro mandato consecutivo. Responsável máximo da UBI há quase oito anos, tudo indica que Santos Silva estará sozinho nesta corrida, visto que a maioria dos professores o apoiam. É o caso de António Fidalgo – em tempos apontado como um possível candidato a reitor -, que além de ser mandatário da sua candidatura, já elogiou publicamente no jornal on-line da UBI “Urbi et Orbi” «os resultados extremamente positivos do segundo mandato», bem como os «projectos em curso e a evolução da universidade».

Depois de ter sido «convencido» pelos amigos e alguns professores a recandidatar-se, Santos Silva promete continuar a desenvolver a instituição nos próximos quatro anos – com projectos delicados em curso, como a Faculdade de Ciências da Saúde, o Complexo Desportivo em Santo António ou uma nova unidade alimentar para o pólo das Ciências Sociais e Humanas (Pólo do Ernesto Cruz) -, mas também enfrentar «novos desafios» para transformar a UBI numa instituição forte e que possa primar pela «qualidade e diferença». Os meios humanos qualificados, a produção de saber e a investigação serão ainda outras prioridades desta candidatura. Apesar de ainda não querer revelar os nomes da equipa que o acompanhará nos próximos anos, Santos Silva anuncia que haverá uma remodelação. «A equipa tem sido reduzida, os professores estão sobrecarregados e há que a alargar» a outros professores para desempenhar tarefas específicas, sublinha. Além disso, Santos Silva considera positivo «chamar outras pessoas para se habituarem à gestão universitária», até porque este mandato «será o último», garante. É que ser reitor, «é uma tarefa árdua», justifica, para além de defender que as pessoas «não se devem eternizar nos cargos».

Nesse sentido, o professor deverá aumentar o número de vice-reitores na reitoria, se bem que, de acordo com algumas fontes contactadas por “O Interior”, os actuais vice-reitores Mário Raposo e Luís Carrilho deverão manter-se, juntando-se-lhes o presidente da Faculdade de Ciências da Saúde e actual pró-reitor, João Queiroz. «Os próximos anos vão ser complexos e terão pela frente desafios muito importantes», assegura Santos Silva, pelo que as instituições universitárias terão que ter à frente «pessoas com “calo”». Aliás, foi este argumento utilizado pelos «amigos» para o «convencer» a recandidatar-se, embora chame a atenção para o facto da UBI ter «um conjunto de professores catedráticos que até desempenhariam melhor o cargo».

Natural de Vale Formoso, Santos Silva possui um vasto currículo dedicado à vida académica e à gestão universitária. Depois de ter concluído o ensino primário em Orjais, e o primeiro e segundo anos no colégio de Belmonte, o reitor seguiu para o liceu da Guarda onde concluiu o sétimo ano de escolaridade com uma média superior a 16 valores. Licenciou-se em Engenharia Mecânica no Instituto Superior Técnico em 1975, tendo ingressado de seguida no então Instituto Politécnico da Covilhã, a actual Universidade da Beira Interior. Fez uma pós-graduação em Engenharia Têxtil na Universidade da Alta Alsácia (França) e foi o primeiro aluno doutorado na UBI. Acompanhou desde sempre a evolução da instituição, tendo colaborado com Duarte Simões, o primeiro presidente da Comissão Instaladora do Instituto, na expansão da estrutura. Em 1990, foi convidado pelo reitor Passos Morgado para ocupar o cargo de vice-reitor, e é reitor desde 1995 – altura em que se realizaram as primeiras eleições para o cargo de acordo com a lei de autonomia e estatutos vigentes.

Liliana Correia

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