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Sala de Espectáculos deve ficar pronta no próximo mês

Obras estão praticamente concluídas, só falta mesmo o equipamento

Tudo aponta para que no próximo dia 27 de Março, quando se assinala o Dia Mundial do Teatro, esteja concluída a tão desejada Sala de Espectáculos da Guarda. No terreno, os dois módulos espelhados, que constituem a nova “casa da cultura” da cidade, estão quase prontos, só falta mesmo o equipamento. Para já as obras estão «a correr a bom ritmo», garantiu Maria do Carmo Borges, presidente da Câmara da Guarda, adiantando que, ao que tudo indica, o novo equipamento cultural vai ficar concluído no prazo previsto. Até já há espectáculos programados, no entanto, só serão divulgados pela CulturGuarda, mais para a frente.

A Sala de Espectáculos da Guarda, situada por detrás do Arquivo Distrital, nas imediações do antigo Convento de São Francisco, vai custar cerca de dez milhões de euros. É um projecto que conta com a comparticipação do Governo, de fundos comunitários, e ainda com o apoio mecenático da Tabaqueira S.A. A nova “casa da cultura” vai permitir que a cidade possa receber propostas culturais de grande dimensão, apresentando-se como um espaço multifacetado e equipamentos de ponta. O edifício é composto por duas áreas contíguas ocupadas por salas de exposições e de espectáculos, e ainda um auditório polivalente, para além de um parque de estacionamento subterrâneo com capacidade para 160 viaturas. Apetrechado para receber todo o tipo de espectáculos, o novo espaço cultural da Guarda terá capacidade para cerca de 1.000 lugares, sendo que se prevê que a sala principal, com capacidade para 624 espectadores, receba 36 espectáculos de dança, música, ópera e teatro por ano. Enquanto o pequeno auditório, com 117 lugares, deverá acolher 48 iniciativas de teatro e música de média produção, bem como 144 sessões de cinema. Já o espaço do café-concerto será o palco de 60 actividades de animação, ficando a galeria de arte disponível para cerca de 12 exposições anuais.

Recorde-se que em Maio do ano passado, o secretário de Estado Adjunto do Ministro da Cultura, José Amaral Lopes, garantiu que a Sala de Espectáculos seria abrangida por um «apoio especial» do Ministério da Cultura. Nesse sentido, aquele complexo vai poder usufruir de um ano de programação garantida pelo Ministério da Cultura. «No ano de abertura há um apoio especial para os criadores e artistas, por exemplo», assegurou José Amaral Lopes. Por isso a programação da futura sala vai ser apoiada substancialmente no âmbito do Programa Operacional da Cultura e do Instituto das Artes. Para além destes apoios, a Câmara da Guarda será a maior contribuinte da empresa municipal CulturGuarda. Durante este primeiro ano, a autarquia vai disponibilizar mais de 562 mil euros para actividades, funcionamento e despesas de manutenção dos edifícios que compõem a sala de espectáculos. Mas espera-se que a empresa seja capaz de gerir receitas através das bilheteiras, café concerto, bar, parque de estacionamento, mecenato, publicidade e aluguer de espaços. Em 1999, o objectivo do então ministro da Cultura, Manuel Maria Carrilho, era construir até 2001 uma sala por distrito que pudesse receber regularmente espectáculos de teatro, dança e música. Em 2002, o seu sucessor Augusto Santos Silva (PS) reiterou na Guarda o mesmo objectivo, mas enganou-se quanto ao início de actividades. O Ministro da Cultura esperava que a sala estivesse pronta para fazer a temporada 2003/04 e ser um dos palcos do programa de itinerância das companhias nacionais de teatro, ópera, bailado e orquestras sinfónicas a pôr em prática pelo ministério quando a rede nacional de teatros e cine-teatros estivesse concluída. Passados três anos, esse objectivo só agora vai ser concretizado na Guarda.

Patrícia Correia

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