O Sporting do Sabugal venceu no sábado, no Estádio Municipal da Guarda, o Desportivo de Gouveia e levou para casa a Taça de Honra da Associação de Futebol da Guarda, este ano também designada de Taça Madeira Grilo. A partida terminou com uma igualdade no marcador (2-2) e resolveu-se na marcação de grandes penalidades, tendo a equipa raiana levado a melhor.
O jogo começou muito disputado a meio campo, com as formações a acusarem o peso da responsabilidade inerente a uma final. O Sabugal foi o primeiro a “sacudir” a partida por Ricardinho, que se isolou aos 23’ e obrigou Pedro Cruz aplicar-se, tendo roubado a bola ao ponta-de-lança. Um minuto depois, Vitor Graça respondeu com um forte pontapé que fez a bola rasar o poste esquerdo da baliza de Fred. Aos 27’, Gonçalo desmarcou-se pela esquerda, aguentou a carga do central raiano e rematou cruzado para o golo do Gouveia após o esférico ter batido em Pires. Os pupilos de Manuel Barbosa reagiram por Faneca aos 33’, que cruzou da esquerda para Manata, mas o avançado perdeu o controlo da bola frente ao guarda-redes. Um minuto depois, o mesmo Faneca desmarcou Ricardinho, que surgiu no interior da área para empatar a partida. O número 7 do Sabugal parecia decidido a desfazer o nulo e teve dois remates perigosos de meia distância aos 36’ e 37’. Contudo, aos 40’, o árbitro assinalou penálti por o azarado Pires ter cortado um centro de Gonçalo com o braço. Fábio Nascimento não desperdiçou a oportunidade e colocou o Gouveia novamente em vantagem.
Antes do intervalo, tempo ainda para a defesa da tarde de Pedro Cruz em resposta a um potente livre de Faneca a 30 metros da baliza. A segunda parte começou como terminou a primeira: com Faneca a dar trabalho à defesa serrana. Aos 51’, o jogador do Sabugal cobrou novo livre perigoso na quina da área, que Pedro Cruz sacudiu com dificuldade. No minuto seguinte foi a vez de Manata testar o guardião do Gouveia, que fez a mancha ao avançado junto ao poste esquerdo da sua baliza. Aos 55’, Faneca bateu um canto tenso e Janela quase empatou a partida, mas o cabeceamento saiu ao lado. Três minutos depois, Marco Xará, já fora das quatro linhas, deu uma cotovelada a Batista e o Gouveia passou a jogar com 10 elementos. A partir daqui, a equipa de Júlio Almeida tentou gerir o resultado como pôde enquanto os homens do Sabugal atacavam, mas quase sempre “mais com o coração do que com a cabeça”.
Destaque para a jogada individual de Nuno Marcos aos 82’, que ofereceu o golo a Manata, cujo remate saiu ao lado. Já aos 94’ aconteceu o caso do jogo. Nuno Marcos recebeu a bola na área do Gouveia e Pinheiro entrou de carrinho para sacar o esférico. Rui Fernandes não teve dúvidas e assinalou o castigo máximo, expulsando ainda o defesa gouveense, que já tinha visto um cartão amarelo aos 85’. Chamado a converter, Ricardinho não desperdiçou. Na sequência deste lance, Júlio Almeida foi também expulso do banco do Gouveia. Perante o empate final, o jogo teve que ser decidido nos penáltis, mas a sorte não esteve do lado do Gouveia, que falhou três, enquanto Faneca fez o tento decisivo e deu a taça ao Sporting do Sabugal. No final, Manuel Barbosa dedicou o triunfo «às gentes do Sabugal». Admitindo que foi «um jogo difícil», o técnico considerou que a sua equipa «soube dar a volta por cima e foi um justo vencedor». Por sua vez, Júlio Almeida mostrou-se descontente: «Roubaram-nos a taça», disse, acrescentando que o árbitro foi «tendencioso do primeiro ao último minuto». Para o treinador do Gouveia, a expulsão de Marco Xará é «inadmissível» e a grande penalidade no fim do jogo «descabida». O técnico disse ainda que Rui Fernandes devia ser «castigado», porque «quando um árbitro não se dá ao respeito é frustrante».
Gouveia não recebeu medalhas
No final do encontro, e quando os responsáveis da Associação de Futebol da Guarda e Madeira Grilo se preparavam para medalhar vencedores e vencidos, a equipa do Desportivo de Gouveia optou, em sinal de protesto, por não regressar ao relvado. O homenageado lamentou o episódio: «Deveríamos ter contado com a presença dos rapazes de Gouveia, que deram tudo o que tinham, mas é um pouco de falta de “fair-play” e isso entristece-me um bocadinho», criticou. Após o jogo registaram-se ainda alguns desacatos fora do estádio, mas sem consequências.
Rafael Mangana