A estação arqueológica do Sabugal Velho, localizada no cabeço da Senhora dos Prazeres, na freguesia de Aldeia Velha (Sabugal), pode, dentro em breve, vir a ser classificada como Monumento Nacional pelo Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR). Marcos Osório, arqueólogo da Câmara da vila raiana, adiantou a “O Interior” que o processo de candidatura deu entrada há cerca de um ano, pelo que a aprovação da candidatura poderá não demorar muito mais tempo para ser uma realidade.
O arqueólogo, responsável pelas últimas investigações no local, considera que a aprovação, a acontecer, será uma «surpresa agradável». De resto, «a partir do momento em que o processo de candidatura é iniciado, o sítio passa a ser, praticamente, sujeito às mesmas medidas de protecção que merecem os locais classificados», explica. A estação arqueológica do Sabugal Velho é um importante conjunto de ruínas que se encontra a 1.019 metros de altitude, surgindo inserida numa região cuja natureza geológica, de intersecção do xisto com o granito, é rica em filões de ferro, como atestam os abundantes restos de escória de ferro e algumas minas próximas. As investigações arqueológicas efectuadas no local permitiram identificar diversos materiais e estruturas habitacionais, pertencentes a duas fases de ocupação, um castro da Idade do Ferro e um povoado fortificado medieval. Entre os materiais identificados nos trabalhos arqueológicos, enumeram-se mós circulares, muita escória, cerâmica comum doméstica, cerâmica vidrada, moedas, contas de colar, uma chave, ferraduras e duas fivelas de bronze. Estes materiais confirmam a datação medieval do Sabugal Velho. Com base num numisma encontrado sob o derrube da muralha aferiu-se a cronologia de ocupação do local em torno do século XIII. A organização urbana do aglomerado e as duas cercas defensivas parecem revelar um importante núcleo administrativo e militar, detentor de um papel centralizante na região de Riba Côa durante o período medieval.
