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Rude devolveu 168 mil euros à Câmara da Covilhã

Autarquia terá pago, durante 11 anos, o ordenado da ex-mulher de Carlos Pinto

A Rude – Associação de Desenvolvimento Rural terá devolvido 167.792 euros à Câmara da Covilhã, correspondentes aos salários pagos a uma funcionária «cedida» à instituição, noticiou o Público no passado sábado. A trabalhadora em causa é a ex-mulher de Carlos Pinto, ex-autarca da Covilhã e presidente da Rude.

A transferência dos quase 168 mil euros aconteceu dias depois de, em junho, aquele diário ter questionado o então presidente de Câmara acerca desta situação, já que o município terá pago o salário daquela funcionária durante 11 anos. Conforme se lê no protocolo assinado entre as duas entidades em 2002, a Câmara comprometeu-se a «disponibilizar temporariamente meios humanos para o trabalho administrativo da Rude, enquanto esta não dispuser de meios financeiros próprios». O apoio deveria ser de curta duração mas durou 11 anos, sendo que, segundo o Público, a autarquia não chegou a destacar qualquer trabalhador, pois Celeste Valente, ex-mulher do edil, nunca tinha exercido funções no município mas sim na Rude, desde 1998, pertencendo aos quadros do Ministério da Educação. Esta terá pedido transferência para os serviços camarários em dezembro de 2001, o que permitiu que permanecesse na associação passando a ser paga pelo município, refere o jornal diário.

A disponibilização terminou no final de 2012, quando Celeste Valente gozou de licença sem vencimento até voltar como coordenadora técnica da biblioteca da autarquia, em junho. A informação de que a funcionária teria sido paga simultaneamente pela Rude e pela Câmara não foi esclarecida, sendo as transferências justificadas com um «calendário programado», em declarações ao Público. Num “Direito de Resposta” publicado pela Rádio Cova da Beira, Carlos Pinto garante que o artigo «não passa de uma falsidade grosseira e sensacionalista, sem qualquer base objetiva que a sustente», defendendo que «os movimentos entre entidades aconteceram segundo conveniências de tesouraria, no tempo que mutuamente foi definido». «Nada foi devolvido, muito menos em função de perguntas do jornal», afirmou o ex-autarca.

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