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Rota de Arte Rupestre liga Mação a Foz Côa

Projecto pretende divulgar e rentabilizar o património arqueológico da Beira Interior

A arte rupestre existente entre o Tejo e o Douro, ou seja, de Mação a Vila Nova de Foz Côa, vai dar origem a uma rota turística. O projecto é liderado pela direcção regional de Castelo Branco do Instituto Português de Património Arquitectónico (IPPAR) e tem como «espinha dorsal» a A23. O primeiro passo foi dado na passada sexta-feira, numa reunião realizada no Governo Civil da Guarda em que participaram arqueólogos ligados ao Instituto Português de Arqueologia (IPA) e ao Centro Nacional de Arte Rupestre (CNART), bem como alguns autarcas dos concelhos envolvidos.

A Rota de Arte Rupestre na Beira Interior, como foi designada, engloba os municípios de Mação (Distrito de Santarém), Nisa (Portalegre), Vila Velha de Ródão e Fundão (Castelo Branco), Vila Nova de Foz Côa e Pinhel (Guarda). Neste primeiro encontro ficou decidido que o IPPAR vai coordenar os trabalhos para apresentar, a curto prazo, a base de estudo com as formas de divulgação do roteiro. A iniciativa, que pretende divulgar e rentabilizar o património arqueológico desta vasta região, deverá passar pela elaboração de um guia turístico em português, inglês e castelhano e ainda de dois DVD‘s sobre o património existente, um de carácter cultural e outro de índole mais turística. Mas há mais. Também está prevista a colocação de painéis em pontos de interesse e a criação de um portal na Internet. «Tudo isto é uma manta de retalhos, agora é só juntar os trapinhos», metaforiza o director da delegação do IPPAR de Castelo Branco. «Sabemos quais os meios necessários para levar a efeito este projecto, temos matéria-prima excepcional, a melhor arte rupestre do mundo, meios e conhecimentos», acrescentou José Afonso, destacando o objectivo de divulgar este património além-fronteiras, nomeadamente na vizinha Espanha.

«Mas tem que haver empenho de todos», avisa o responsável, que também sugere a criação de um Dia do Património Municipal. O director da delegação do IPPAR de Castelo Branco, que foi o mentor da ideia, admitiu ainda que não será difícil concretizar este projecto, a candidatar a fundos comunitários. Mais optimista, Maria do Carmo Borges, Governadora Civil da Guarda, sublinhou que «é preciso acelerar o processo e aproveitar o Quadro Nacional de Referência Estratégica (QREN)». Já o edil fozcoense, Emílio Mesquita, considera que o município «como ponto número um, não só a nível nacional como mundial, só pode beneficiar com esta iniciativa». Por outro lado, Martinho Baptista, director do Centro Nacional de Arte Rupestre, relembrou haver já vários centros de interpretação de arte rupestre «que estão em gestação por falta de financiamento», citando o exemplo o projecto de Vila Velha de Rodão e Fundão. «O CNART tem a fundamentação histórica para a elaboração do roteiro, só é preciso definir-se o que se pretende concretamente», acrescentou. De resto, na próxima reunião, agendada para 5 de Fevereiro, na Guarda, já deverão participar todas as autarquias e entidades envolvidas.

Patrícia Correia

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