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“Requiem” de Mozart no TMG

Concerto de Páscoa, esta noite, pela Orquestra Filarmonia das Beiras e o Choral AEminium

A música clássica está de regresso ao Teatro Municipal da Guarda (TMG)e com uma obra-prima de Mozart (1756-1791). Esta noite, no grande auditório, a Orquestra Filarmonia das Beiras e o Choral Aeminium, dirigidos pelo maestro António Vassalo Lourenço, interpretam o famoso “Requiem”. Os solistas são Isabel Alcobia (soprano), Susana Teixeira (mezzo-soprano), João Sebastião (tenor) e Nuno Dias (baixo).

Trata-se da última obra do compositor austríaco e talvez uma das suas melhores e mais famosas obras. O “Requiem” motivou as mais variadas histórias e lendas, especialmente desenvolvidas durante o séc. XIX, em torno do personagem que fez a encomenda, a relação entre Mozart e outros compositores vienenses seus contemporâneos e culminando ainda com a controvérsia gerada à volta da autenticidade de grande parte da composição deixada incompleta. A lenda que dizia ser o misterioso personagem, que, em Julho de 1791, encomendou a Mozart a composição de um “Requiem”, um mensageiro anunciando a proximidade da sua morte, está hoje perfeitamente desacreditada. Sabe-se agora que este mensageiro era um enviado do Conde Franz von Walsegg-Stuppach, que pouco tempo antes sofrera o desgosto de perder a sua jovem esposa Ana, apenas com 20 anos. Pretendendo homenagear a sua memória com a execução de um “Requiem” de sua própria autoria, o nobre encomendou anonimamente a Mozart essa composição, devendo este, por sua vez, entregar a obra sem estar assinada.

Este acontecimento explica as estranhas circunstâncias que rodearam a encomenda. No entanto, talvez essa lenda não seja completamente absurda, pois o compositor, que já então aparentava sintomas da doença de que viria a falecer, terá sentido mais tarde, devido ao agravamento do seu estado de saúde, que o seu fim se aproximava e que, como confessou à sua esposa Constanza, estaria a escrever um “Requiem” para si próprio. O Choral Æminium – Associação de Coralistas de Coimbra é um grupo amador de cantores que congrega elementos vindos dos vários coros e escolas de música da cidade. Já a Orquestra Filarmonia das Beiras foi fundada em 1997, no âmbito do programa governamental para a criação de uma rede de orquestras regionais. Em Novembro de 2003, por ocasião dos 804 anos da cidade, as duas formações protagonizaram um momento único na Sé, onde interpretaram uma composição de João José Baldi (1770-1816), Mestre de Capela na catedral guardense entre 1789 e 1794. A “Missa para Coro, Solistas e Orquestra”, escrita em 1801, foi recuperada pelo padre José Pinto Geada e está editada em CD pela Câmara da Guarda.

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