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Curiosamente a palavra francófona significa “reabertura dos teatros no começo do ano dramático”, a semelhança com a utilização que fazem dela os partidos políticos não é muito distante e nalguns dos casos muito real, pelo menos no que diz respeito ao “ano dramático”.

O CDS, Aveiro. Já somos mais. Mote escolhido para identificar o gradual crescimento do partido, neste destacaram-se propostas, em especial na educação, com medidas para flexibilizar a idade para entrar no ensino profissional de acordo com uma orientação vocacional a desenvolver nas escolas. Invoca também a necessidade de revisão dos currículos escolares e ainda a criação de uma bolsa de manuais escolares nas escolas. Sobressaem ainda propostas de trabalho social dos beneficiários do RSI, estimados em cerca de 400 mil, que tendo capacidade activa devem desempenhar uma função essencial como contra-prestação – por exemplo, a limpeza de florestas públicas para prevenção dos incêndios. Nesta área, por cá faz-se o que se pode, com um nobre e inteligente projecto pioneiro onde se vão introduzir 150 mil cabras no espaço territorial transfronteiriço numa missão de limpeza dos campos agrícolas abandonados, prevenindo zonas de potencial perigo de incêndio. Mas o mais importante é que a ideia não fica apenas por aqui – pretende-se ainda um desenvolvimento das economias locais com a criação de 558 postos de trabalho. Esta iniciativa, fortemente dinamizada pelo Governo Civil da Guarda, faz-nos reflectir sobre o “governo civil” antes e o Governo Civil depois, com Santinho Pacheco

BE, Braga. Um médico para todos. Discurso de Demagogia, devemos é lutar por uma política de saúde com maior proximidade ao utente assumindo o desafio da qualidade propiciando melhores cuidados de saúde, garantir a acessibilidade dos portugueses aos cuidados de saúde, em especial no que se refere às listas de espera cirúrgicas e à melhoria do acesso aos cuidados primários. É preciso mais médicos! Não nos podemos esquecer que o grande problema foi na década de 80, após os governos terem cedido aos lobbys dos médicos e diminuído o número de vagas nas faculdades para que não houvesse muitos médicos. Assim, os poucos que existissem teriam enorme força reivindicativa, trabalhavam no público e desviavam doentes para os seus consultórios privados e cobravam os preços que quisessem.

PSD, Pontal. Não aprovação do Orçamento do Estado. Com um discurso de se… se.. P.P. Coelho vai reafirmando que o PSD não cederá um milímetro nas condições que colocou para a viabilização do Orçamento do Estado. Que não haverá qualquer negociação se o Governo não cortar na despesa e se houver aquilo a que os sociais-democratas chamam “aumento encapotado de impostos” através de cortes nas deduções fiscais nas áreas da educação e da saúde – “ses…” que a todos fazem crer serem razoáveis e necessários, não fosse o arrogante discurso ameaçador do líder do PSD, invocando que “se quiséssemos, o Governo já tinha caído”.

PS, Matosinhos. Procura estabilidade política. Afinal, Sócrates deixa um país que tombou no abismo com aumentos do défice, da dívida pública, do desemprego, da criminalidade, de casos “socrateiros” em série, uma justiça insuficiente, e pede agora aos partidos responsáveis uma “agenda política que não ameace a recuperação económica”. Mas qual recuperação económica? Ninguém pode ameaçar a recuperação económica quando ela nem sequer existe, não nos podemos deixar enganar, O que existe sim é um crescimento residual que vem de fora, que nos vai colocando sempre a reboque dos outros… Falta de humildade! Mas também esta existe no nosso concelho, afinal. Entre acontecimentos tão graves como os novos números de desemprego na região, fortemente engrossados pelo encerramento da Delphi no final do ano e ainda pelo já anunciado despedimento dos funcionários do Hotel Turismo da Guarda, o nosso presidente – já conhecido pelo “não se encontra” – dá-se ao luxo de ter três semanas de férias, além das já públicas viagens entre Estados Unidos e Grécia. É caso para dizer que, num ano de governação, poucos foram os dias que disponibilizou para a Guarda, para as reais preocupações da Guarda e para, essencialmente, com convicção, mão-forte, determinação e amor à Guarda tenha participado das soluções…. Mais parece que tem estado do lado dos problemas… Sr. Presidente, é preciso reduzir o despesismo, tornar-se mais atento e presente para poder levar a cabo os compromissos que fez a todos nós…

Por: Cláudia Teixeira

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