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“Rentrée”

Também na Guarda, como não podia ser de outra forma, a chamada “rentrée” política aconteceu.

Para não fugir à regra, aconteceu, mas de forma diferente, ou não estivéssemos a falar da Guarda política.

Expectava-se que sendo considerada, mais ou menos, como o início de um outro ano político, também trouxesse algo de novo. Que pudesse ser um momento de viragem, para alguns protagonistas, em termos de postura e “modus operandi” político.

A “Silly Season” não resultou no período de reflexão que se ansiava que fosse. Momento de alívio de tensões e retempero de “mau génio”, conducente a formas de estar políticas, serenas e ponderadas.

Decididamente, na autarquia, entre PS e PSD, não há consenso possível, a não ser numa única excepção, a que me irei referir mais à frente.

Mesmo quando está em causa o futuro da Guarda e do Concelho, o futuro de todos nós e dos nossos filhos, isso continua a não ser considerada razão suficiente para que haja união de esforços e vontades.

E não nos esqueçamos, as oportunidades perdem-se e a História não se repete.

No caso concreto do novo Hospital, estão preparados todos os “ condimentos” para que, o mesmo, não venha a ser uma realidade. A sua não concretização será, tão só, usada como argumento de confronto político.

No que respeita à Plataforma Logística, este investimento é por todos unânime e simultaneamente considerado como a “âncora” e a “catapulta” que irá colocar a Guarda no caminho do crescimento, permitindo, dessa forma, posicionar-se, em termos regionais, num plano de menor desnivelamento relativamente às cidades com as quais concorre mais directamente: Viseu, Covilhã e Castelo Branco. Esperemos que as desavenças políticas entre PS e PSD não deitem a perder mais um projecto de importância fundamental para este concelho.

As bandeiras partidárias, os interesses politico-pessoais e… mais ou menos evidentes, são tidos como razão mais que suficiente para continuarmos a assistir a uma luta fratricida de onde não se antevê vencedor.

Apenas e só se pode vislumbrar um perdedor:

– Aquele que, passados 27 anos, continua, de forma autocrática, autista redutora, tendenciosa e minimalista, a ser governado pelo PS.

– O mesmo que continua a perder com a estratégia oposicionista do PSD – a estratégia do “bota-a-baixo”-, desprovida de qualquer sentido de interesse público e eivada de atitudes que não são, nem podem vir a ser, as de quem almeja, um dia, vir assumir a liderança deste concelho. Nesse sentido, o “património” que estão a construir vai tornar-se, seguramente, uma herança demasiado pesada que apenas pode vir a permitir voos rasantes e de aproximação, nunca aterragens de precisão.

Atitudes, quer de uns quer dos outros, que em nada dignificam os seus protagonistas e que não encontram paralelismo nos bons costumes das nossas gentes.

Como ficou já atrás referido, apenas, e só apenas, num ponto, a líder da autarquia e a líder da oposição são consensuais e convergem nas suas opiniões. Ambas entendem que ambas se deviam demitir.

Minhas senhoras, não percam tempo, o bom senso e o consenso.

O Concelho aplaude e agradece!

Joaquim Canotilho

Presidente da CPC do CDS/PP da Guarda

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