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Remédio (quase) santo para combater acidentes mortais

A25 regista redução de 88 por cento no número de vítimas em comparação com o IP5

Desde que o IP5, rotulado de “estrada da morte”, foi substituído pela A25 que o número de vítimas mortais na auto-estrada que liga Aveiro a Vilar Formoso diminui de forma muito considerável. Também o número de acidentes com vítimas sofreu uma assinalável redução.

De acordo com dados disponibilizados pela Aenor, concessionária da auto-estrada das Beiras Litoral e Alta, em 2000, ano imediatamente anterior à adjudicação da concessão ao Grupo e ao início das obras de alargamento, o IP5 registou 134 acidentes com vítimas, dos quais resultaram 17 mortos. Já no primeiro ano de funcionamento integral da A25, de Outubro de 2006 a Setembro de 2007, verificaram-se 92 colisões com vítimas, que provocaram quatro mortos. Por último, os dados mais recentes, relativos aos primeiros 11 meses do segundo ano de funcionamento integral da auto-estrada, de Outubro de 2007 até dia 27 do mês transacto, a passada quarta-feira, ocorreram 94 acidentes com vítimas, de que resultaram dois mortos. Ou seja, em relação ao primeiro ano, verificou-se um aumento de dois por cento no número de acidentes com vítimas, mas por outro lado uma redução de 50 por cento no número de mortos. Em relação ao ano 2000, as diferenças são bem mais notórias, com reduções de 30 por cento no número de acidentes com vítimas e de 88 por cento no número de mortos. No que toca à comparação entre o primeiro ano de funcionamento da A25 e o IP5, o número de acidentes com vítimas diminuiu 31 por cento e o número de mortes 76 por cento. Estes são dados animadores e que atestam uma redução substancial da sinistralidade rodoviária, bem como dos tempos de viagem. Ainda assim, continuam a verificar-se atitudes menos conscientes por parte de alguns condutores, como provam os nove veículos detectados recentemente pela Brigada de Trânsito da Guarda a circular a uma velocidade superior a 200 quilómetros por hora. Um deles foi apanhado na A25 depois do radar ter marcado 235 quilómetros por hora, mais 115 que o permitido em auto-estrada.

Recorde-se que uma das maiores “dores de cabeça” para as autoridades no antigo IP5 era a descida do Alvendre que só em 2002, por exemplo, foi palco de 102 acidentes. A curva localizada imediatamente a seguir à área de descanso da descida do Alvendre, entre os quilómetros 153,7 e 158, foi durante dois anos consecutivos o único ponto negro na região. Esta é uma classificação atribuída quando um lanço de estrada com o máximo de 200 metros regista pelo menos cinco acidentes com vítimas e cuja soma de indicadores de gravidade tenha sido superior a 20. Apenas no distrito da Guarda, o IP5 registou 262 acidentes em 2002, 176 em 2001 e 150 em 2000.

A A25 tem uma extensão total de 172,4 quilómetros, atravessando os distritos de Aveiro, Viseu e Guarda, no regime de portagem virtual SCUT (sem custos para o utilizador), sendo uma das principais ligações de Portugal à Europa no que diz respeito ao tráfego de pesados. A obra ficou totalmente concluída em Outubro de 2006, tendo representado um investimento global de 895 milhões de euros.

Ricardo Cordeiro

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