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Relevo do Sousa Martins

Editorial

1. Depois de alguns meses de injustificados adiamentos, finalmente o novo pavilhão do Hospital Sousa Martins abriu as portas aos utentes do distrito da Guarda. Para já, foi a consulta externa, porque ainda há que desbloquear situações anómalas para que todo o bloco seja devidamente utilizado. Ainda assim, ficam a ganhar os utentes, com mais e melhor espaço, os técnicos de saúde, com melhores condições de trabalho, e a sociedade no seu todo, por ter um equipamento público com qualidade a ser convenientemente utilizado.

No momento do encómio, dos sorrisos e das palmadinhas nas costas ninguém quis saber as razões para tantos ziguezagues e atrasos, porque ninguém gosta de andar a remexer no caixote do lixo dos enredos e imbróglios, mas porque é que durante meses o pavilhão estivesse encerrado? Quem explica? A quem interessou? Quem teve culpa? Os cidadãos, os utentes ou os profissionais do hospital não foram concerteza…

E se agora o palco é todo para os aplausos porque um bloco, há muito concluído, não entrava em funcionamento por incompreensíveis motivações administrativas e políticas, não podemos esquecer que entretanto foi anunciado que a “fase II” foi abandonada. A grave situação do país não pode servir para justificar todas as decisões erradas. A opção política, deste governo, de desistir da execução contratualizada em 2011 por 48 milhões de euros (IIª fase: requalificação dos pavilhões número 1 e número 5, os pavilhões Dª Amélia e D. António de Lencastre, e requalificação de todo o Parque da Saúde) e com financiamento aprovado no QREN em 85 por cento é inadmissível e inaceitável – o Hospital Sousa Martins é o maior da Beira Interior, é o que tem mais utentes e o que tem mais camas, mas não o que tem recebido mais investimento humano e financeiro.

2. A secretaria de Estado da Cultura classificou o “Antigo” Sanatório Sousa Martins como conjunto de interesse público. A decisão é justificada «pelo valor estético, técnico e material intrínseco, pela conceção arquitetónica, urbanística e paisagística, pela extensão “e ao que nela se reflete do ponto de vista da memória coletiva» lê-se na portaria que regula a classificação, que acrescenta ainda que «as circunstâncias suscetíveis de acarretarem diminuição ou perda da perenidade ou da integridade do bem» são razão determinante para a secretaria de Estado da Cultura promover a classificação de interesse público. A integridade do bem está posta em causa, nomeadamente, os pavilhões Dona Amélia e Dom António de Lencastre, e o abandono da “fase II” concorre sobremaneira para que assim seja. A classificação como conjunto de interesse público do património é uma excelente notícia, mas é necessário que haja recursos para a sua reabilitação, sobre o risco de a sua perenidade desaparecer. O mesmo governo que desistiu da requalificação do “antigo” Sanatório Sousa Martins, abandonando o projeto de 48 milhões de euros, com financiamento assegurado em 85 por cento, e que incluía a reabilitação do património arquitetónico e o parque, vem agora reconhece-lo como valor cultural de interesse nacional.

3. Na mesma semana em que no Facebook ultrapassamos os 18 mil seguidores, confirmando e destacando a página do jornal O INTERIOR como a de maior audiência da Beira Interior, introduzimos um elemento inovador, os conteúdos de O INTERIOR passam a estar acessíveis através do código QR – um código de barras bidimensional que pode ser facilmente digitalizado por qualquer smartphone equipado com câmara (com uma aplicação de leitura – QR reader) e ligação à Internet. Assim, qualquer pessoa com um smartphone pode ainda mais rapidamente ter acesso a todos os conteúdos de ointerior.pt, ointerior.tv e de facebook.com/ointerior bastando para isso passar a câmara sobre o QR code e aceder a todos os conteúdos. O INTERIOR é o primeiro órgão de comunicação social regional em Portugal a possibilitar este acesso, gratuitamente, aos seus leitores.

Luis Baptista-Martins

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