António Cruz Serra está «cético» em relação à capacidade da classe política para reorganizar a rede de ensino superior.
O reitor da Universidade de Lisboa duvida que a classe política seja capaz de reorganizar a rede do ensino superior, isto é, fundir cursos e instituições de ensino eliminado, por exemplo, ofertas de formação duplicadas na mesma região ou até na mesma cidade.
Em entrevista à agência Lusa, António Cruz Serra disse estar «muito convencido da necessidade de reorganizar a rede», mas «cético em relação à nossa classe política ser capaz de o fazer».
O principal responsável pela maior instituição de ensino superior portuguesa que resultou da fusão das duas maiores universidades de Lisboa – Clássica e Técnica – disse ainda, sem dar exemplos concretos, que «não podemos ter na mesma área geográfica, ofertas formativas dos mesmos cursos sem atratividade. Um curso aqui, outro curso a 20 quilómetros, outro a 40 quilómetros, e todos com muito pouca atratividade. É preciso especializar e ser capaz de tomar medidas que não vão ser fáceis».
No entanto, sobre a oferta no interior do país, António Cruz Serra defende que não será preciso encerrar polos.
«Alguns são polos de desenvolvimento importantes do interior para fazer a reorganização, mas esses polos devem ser geridos a partir de centros onde haja competência, massa critica e uma quantidade de recursos instalados que permitam gerir com eficiência os polos da rede», disse.
O reitor de Lisboa acredita que não existem polos em excesso, uma vez que a aposta deve ser em aumentar o número de alunos no ensino superior nos próximos tempos: «Deveríamos ter como objetivo duplicar o número de alunos no ensino superior, num prazo de dez anos».