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Regresso à escrita

Bilhete Postal

Ter um meio de escrita em que sou capaz de representar por letras aquilo que me vai na cabeça é como a descoberta do copo de água depois da sede do deserto. Trouxe nesta viagem um Mac e não consegui descarregar o word para o Mac. Depois lá consegui o word online que passarei a usar. Assim posso regressar à escrita para o meu querido jornal O INTERIOR que interrompi há duas semanas, por me ter decidido ir ganhar a vida na Arábia Saudita. Estou agora em Jubail, uma cidade industrial onde se encontra a grande riqueza deste país milionário quando o petróleo não está aos preços de hoje. Descobri que existe agora um défice orçamental nos países do Médio Oriente porque chegámos aos 27 dólares por barril. De facto, esta podia ser uma crónica de viagem e falaríamos dos SUV que aqui circulam aos milhares, a gasolina, com potentes motores. Afinal um Land Cruiser custa menos de 200 mil reais (dividam por quatro) e o depósito cheio custa seis euros. Falaríamos dos costumes, das tradições, do fascinante alfabeto árabe. Também propus ao Luis B-Martins mudar a crónica para uma novela que seguiria por capítulos. A verdade é que renascido da areia do deserto e com uns dromedários de fundo, numa sociedade conservadora, rica, consumista a uma dimensão que nós não imaginamos, vou tentar ser readmitido e voltar à companhia dos meus leitores de 15 anos. Abraçaço (como disse Caetano Veloso). Abreijo, como dizem os meus filhotes pelo Skipe.

Por: Diogo Cabrita

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