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Reflexões natalícias

Há uns anos eram os bailes dos bombeiros no liceu da Guarda. Hoje é o “cepo” da Praça Velha. Para animação de natal parece muito pouco. Nem as luzes que enfeitam as árvores e um ou outro monumento da cidade (a Torre dos Ferreiros está bonita!) fazem esquecer a falta de animação e de bulício tão característicos desta época. Parece que a Guarda está parada, sem movimento, sem pessoas. Para além da crise, que é nacional, a Guarda ressente-se certamente de opções tomadas ou de outras por tomar, que lhe estrangulam a vida do dia a dia. Por comparação, Viseu, apresenta-se mais movimentada (não admira que Gouveia, Fornos, e se calhar Seia, queiram ir para a “Comurb” de Viseu).

A neve seria provavelmente o cartaz de maior impacto que a região da Guarda poderia ter. Isto, claro, se cá nevasse! Como a realidade é bem diferente, temos de repensar estratégias. O Desporto, assim como o teatro e a música, pode e deve ser cultivado e acarinhado. Como forma de agarrar as pessoas à terra, de atrair visitantes, de estabelecer laços de tradição entre os acontecimentos, os lugares e as pessoas.

A questão que fica por resolver é a de trazer animação à cidade. Como fazer? Através do montanhismo, com actividades de escalada ou de caminhadas? Incentivando os desportos de “pavilhão”, quer eles sejam o voleibol, o andebol ou o basquetebol? Serão certamente alternativas com um certo interesse e que à sua maneira podem contribuir para animar este período de festas. Mas o que faz mesmo falta é uma prova de cariz popular, capaz de chamar muitos, de atrair a atenção das pessoas. Uma meia maratona, ao exemplo do que acontece em Lisboa com a travessia da ponte. Em que muitos participam nem que seja só para um dia recordar. Embora aqui não haja ponte, há outros motivos de interesse, como sejam o frio e a altitude (ainda somos a cidade mais alta!?) As corridas de S. Silvestre podem e devem ser uma opção para o desporto de natal. Pinhel e Loriga já tiveram alguma tradição neste domínio. Na Guarda já se disputaram algumas corridas em período natalício e tiveram na altura uma boa adesão. Porque não recuperar estas tradições? Seria um pretexto para vir para a rua. Para comemorar a saída do velho e a entrada no novo ano. Porque não aproveitar e fazer da S. Silvestre (ou outro nome que lhe queiram dar) um acontecimento na Guarda no período natalício? Percursos não faltariam. O que era preciso era convencer as pessoas a participar. A sair do seu casulo. Do seu torpor. Das superfícies comerciais!

Por: Fernando Badana

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