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Rede que vendia cartas de condução tinha angariador na Guarda

O detido orientava os candidatos para escolas do norte do país, onde obtinham a carta de forma fraudulenta

Condutores sem aptidão para conduzir pagaram entre 2.500 e 7.500 euros para serem aprovados no exame de condução. A rede, que vendia cartas de condução e foi desmantelada na semana passada, «tinha um angariador no concelho da Guarda, que orientava os candidatos para Torre de Moncorvo, onde depois eram direcionados para escolas de Bragança e Mirandela», adiantou fonte da Polícia Judiciária de Vila Real a O INTERIOR.

O guardense, que seria o único mediador na região, «já foi detido», tendo sido identificados «vários candidatos» que garantiram a carta de condução de forma fraudulenta, revelou a mesma fonte. Ao que tudo indica, não há escolas da região envolvidas neste caso. A investigação, despoletada por denúncias anónimas, durou mais de um ano e foi desenvolvida pela Unidade Local de Investigação Criminal de Vila Real, em colaboração com a Diretoria do Norte e a Judiciária da Guarda, num total de cerca de 200 elementos envolvidos. A operação, denominada “Carta-branca”, pôs termo a uma rede que facilitava a aquisição de títulos de condução há mais de uma década, tendo “beneficiado” centenas de alunos e arrecadado milhões de euros. Alguns dos candidatos não sabiam ler nem escrever, entre outros requisitos mínimos para poder ter carta de condução.

Após meia centena de buscas, a PJ deteve 24 pessoas, com idades compreendidas entre os 38 e 66 anos, entre sócios-gerentes, diretores de escolas de condução e examinadores, pela «prática reiterada de crimes de corrupção e de falsificação de documentos», informou a PJ em comunicado. Os suspeitos, 21 homens e três mulheres, foram presentes a tribunal para aplicação de eventuais medidas de coação.

A PJ da Guarda também esteve envolvida na investigação

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