Mais do que um espectáculo ou um monólogo, “Conversas à Solta”, de Raúl Solnado, que está em cena esta noite no auditório municipal da Guarda, pretende ser uma conversa amena sobre cinco décadas da arte dramática em Portugal e no Brasil. A partir de um testemunho de vida, o actor está dentro e fora do palco, falando de pessoas e de histórias, de casos e de acontecimentos, de emoções e de sensibilidades. Ilustra as histórias e memórias com imagens, “slides”, cenários de tempos, de sítios e de gente, proporcionando aos espectadores uma experiência colectiva em que a ideia é simplesmente conversar. Trocar ideias por palavras e palavras por miúdos, perguntar, supor, admitir, imaginar em conjunto, numa conversa temperada com muito humor, naturalmente. Solnado nasceu em 1930, estreou-se nos palcos em 1952 e conviveu com a geração de ouro do humor português, partilhando experiências com Vasco Santana, António Silva e Laura Alves, entre outros. Fundou, em Lisboa, o Teatro Villaret e, mais tarde, aventurou-se no cinema, em “A Balada da Praia dos Cães”, de José Fonseca e Costa a partir da obra homónima de José Cardoso Pires. Antes deste sucesso, atingiu grande popularidade no Brasil, imortalizando-se também no pequeno ecrã como co-apresentador do célebre “Zip Zip”. Raúl Solnado está ligado ao distrito da Guarda, tendo vivido, em criança, na freguesia de Maceira (Fornos de Algodres), de onde era natural a sua mãe.