Raul Amaral poderá vir a ser o futuro director do Hospital Sousa Martins. O nome do otorrinolaringologista é um dos mais badalados para suceder a Isabel Garção no Conselho de Administração da unidade, a par de Reis Pereira, director do serviço de Medicina Interna, e de Matias Coelho, actual responsável pelo Gabinete de Medicina Legal da Guarda. Para a direcção clínica, um lugar muito problemático nestes últimos anos, João Correia, especialista em Medicina Interna que há dois anos recusou o convite de Fernando Andrade, presidente cessante da ARS Centro, e Luís Ferreira, médico pneumologista, têm sido apontados na comunidade hospitalar.
Os nomes já começaram a circular e deverão ser anunciados nas próximas semanas, mas antes o novo ministro da Saúde, Correia de Campos, vai ter que resolver um problema chamado Isabel Garção, cuja comissão de serviço de três anos foi renovada no ano passado. Sobram então dois anos.
Mais pacífica poderá ser a mudança no Instituto de Emprego e Formação Profissional da Guarda, onde se aponta como possível o regresso de Américo Paulino, director que antecedeu Carlos Gonçalves no lugar. Na Segurança Social, os socialistas estarão a ponderar a escolha de um técnico superior daquela área para não repetir o «erro de “casting” que foi Couto Paula, que politizou ao máximo aquele organismo e não deixou grande obra», disse a “O Interior” um elemento da direcção da Federação do PS da Guarda. Quem ainda não quer ir por aí e listar nomes é Fernando Cabral. O deputado e presidente da distrital socialista considera que essas opções devem ser da responsabilidade do próximo Governador Civil da Guarda: «Como se trata de organismos desconcentrados do Estado, é o seu representante no distrito que deve coordenar a escolha de quem vai ocupar esses lugares», defende. Fernando Cabral insiste mesmo que essas decisões devem acontecer no Largo Frei Pedro «e não na Rua Dr. Francisco dos Prazeres», onde fica a sede do PS.
«Não somos um partido estalinista nem AM [de Ana Manso], pelo que devemos marcar a diferença em relação ao passado recente», acrescenta. Contudo, o dirigente espera que os actuais detentores de cargos de nomeação política ponham os lugares à disposição, mas não esquece aqueles que protagonizaram uma «partidarização excessiva» desses organismos. À cabeça vem a Segurança Social, liderada por Couto Paula, também presidente da concelhia da Guarda do PSD, o hospital ou o Centro da Área Educativa. Por isso, Fernando Cabral considera urgente clarificar «definitivamente» o que são lugares de nomeação política e cargos técnicos, uma matéria que o programa eleitoral do PS propõe esclarecer nesta legislatura com o entendimento dos restantes partidos. O problema é que ainda não tem efeito prático. Uma coisa é certa: «Nenhum desses dirigentes deve ter grandes expectativas em continuar», avisa outro responsável socialista, sob anonimato. Este e outros assuntos deverão ser abordados segunda-feira na reunião da comissão distrital.
Luis Martins