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Quinta do Cardo Vinha Lomedo eleito melhor vinho da Beira Interior

72 vinhos de 25 produtores da região estiveram à prova na 11ª edição do Concurso de Vinhos organizado pela Comissão Vitivinícola Regional

Desde brancos a tintos, passando por rosados das categorias DO Beira Interior e IG Terras da Beira, este ano estiveram a concurso 72 vinhos de 25 produtores da região. O Quinta do Cardo Vinha Lomedo, um DO Beira Interior Biológico Síria branco 2015 do produtor Agrocardo, levou a melhor nas provas cegas e conquistou o tão ambicionado título de melhor vinho da Beira Interior e a respetiva grande medalha de ouro do certame.

«Estou muito orgulhoso», confessou a O INTERIOR Luís Leocádio, enólogo da Quinta do Cardo, que não recebeu a distinção com muita surpresa. «Reconheço que é um grande vinho e estava bastante expectante que se não ganhasse o prémio de melhor vinho andaria muito perto», admitiu. Na sua opinião, o que torna este néctar diferente «é mesmo a sua génese», acrescentando que se trata de um branco com «estágio muito mais prolongado» – dois anos em barrica e um ano em garrafa –, para ganhar «notas mais complexas e o estilo champanhe». Resumindo, é um vinho «topo de gama», garante o enólogo, que destaca o facto do Quinta do Cardo Vinha Lomedo se ter conseguido destacar numa região onde os tintos dominam. «Quem tem ganho os concursos são os tintos porque são vinhos topo de gama, são trabalhados, com boa barrica. O que nos brancos está a começar a acontecer», justifica Luís Leocádio, para quem estes vinhos «estão cada vez mais na moda».

O Quinta do Cardo Vinha Lomedo ainda não está no mercado, mas «vai sair agora», revelou o responsável, que se mostrou expectante com a saída deste DO Beira Interior Biológico Síria branco 2015. «As pessoas já conhecem o estilo e, com certeza, vai ser ainda melhor [do que o Vinha Lomedo 2014] após esta distinção no Concurso da Beira Interior», acredita o enólogo. Nesta edição, além da grande medalha de ouro, foram atribuídas dez medalhas de ouro e 12 de prata. A avaliação foi feita por um júri composto por enólogos, escanções, membros de hotelaria e restauração, críticos de vinhos e membros das câmaras de provadores de outras comissões vitivinícolas. A presidência do júri e coordenação da prova coube ao prestigiado crítico de vinhos Aníbal Coutinho. Pela primeira vez o concurso foi realizado numa aplicação informática criada para o efeito e teve lugar na sede da Comissão Vitivinícola da Beira Interior, na Guarda. «O balanço é francamente positivo», afirmou João Carvalho, presidente da Comissão Vitivinícola (CVRBI), para quem «a qualidade dos vinhos continua a crescer e sentimos que, ano após ano, vimos ganhando importância».

Para o responsável, o jantar de gala, que é «auge» do concurso, foi um «evento relevante, que correu muito bem e o local onde decorreu tem uma beleza extraordinária». «O tema é o vinho, mas isto já vai muito para além do vinho», defendeu João Carvalho. Aliás, neste momento a CVRBI está a trabalhar na rota dos vinhos que extravasa o universo dos néctares da região: «Inclui tudo. Inclui património ligado ou não ao vinho, da gastronomia à natureza, passando pelos monumentos, a restauração e hotelaria», elencou o dirigente. Sem adiantar pormenores, João Carvalho antecipou ainda que, no próximo ano, o jantar de gala será «num concelho a norte do distrito da Guarda, mas ainda não sabemos qual».

Sara Guterres Resultados foram divulgados no jantar de gala realizado no sábado, no Convento do Seixo (Fundão)

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