Aguardava-se com alguma expectativa o encontro entre S. Romão e Açores, dois recém-chegados à Iª Divisão da Guarda, até pela polémica que envolveu as duas equipas na época passada. A fazer um campeonato tranquilo, os serranos eram favoritos, mas os visitantes é que somaram os três pontos, protagonizando uma surpresa. Contudo, o resultado não traduz a realidade dos argumentos apresentados em campo pelos locais.
Desde muito cedo que o S. Romão, como lhe competia, tomou conta do jogo, deixando pouco espaço de manobra ao adversário, limitado ao contra-ataque. Aos 13 aconteceu um bom momento dos locais, com o inconformado Bruno Rodrigues, em descida individual pela direita, a corresponder à solicitação de Carlos Santos e a rematar cruzado para defesa apertadíssima de Joel. Cinco minutos depois foi Vicente quem desperdiçou uma oportunidade flagrante. Baralhou-se com o guardião do Açores e esqueceu-se do mais fácil: rematar e fazer golo. Aos 27 , livre à entrada da área para os locais, com João Pedro a obrigar Joel a mais uma grande defesa. As oportunidades sucederam-se para o S. Romão, mas, aos 38 , foi a vez dos visitantes beneficiarem de uma ocasião digna desse nome. Após um desentendimento defensivo dos serranos, Fredy aproveitou e só não marcou porque a pontaria esteve desafinada. Outro aviso aconteceu aos 40 , quando, perante a confusão dos centrais, surgiu Bruno Rodrigues a contrariar as intenções de Toneca. O intervalo não trouxe nada de novo, já que o S. Romão continuou na mesma toada atacante.
De tal forma que se foi esquecendo do adversário, recuado e sempre à espera de um deslize. Como aconteceu aos 50 . Num canto, gerado por uma perdida da defensiva local, Dany centrou para Delfim desviar junto aos centrais, aparecendo Caseiro, ao segundo poste, para marcar. Ainda havia muito tempo para jogar, pelo que o S. Romão intensificou a pressão remetendo para o campo adversário um Açores que começava a querer defender com “unhas e dentes” o resultado positivo conseguido. A equipa da casa tudo fez para mudar o rumo dos acontecimentos, mas a sorte não esteve do seu lado, pois não conseguiu transformar em golos as oportunidades que Carlos Santos, aos 70 e 76 , não concretizou por mérito do guarda-redes Joel, o “herói” da partida. Aos 95 , Paulo Marques, muito distante da sua forma, desperdiçou a possibilidade do empate, um resultado menos penalizador para quem teve as melhores oportunidades de golo. O árbitro, vindo de Viseu, esteve bem.
Arlindo Marques/ jornal Porta da Estrela
