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“Quarta Parede” nasce na Covilhã

Nova associação cultural quer apostar na diversidade para colmatar algumas falhas em determinadas formas de arte

«Não somos uma companhia convencional». Foi desta forma que a “Quarta Parede”, uma nova estrutura profissional ligada à produção e organização de eventos culturais, se apresentou na última segunda-feira na Covilhã. O “foyer” do Teatro-Cine foi pequeno para acolher os convidados de uma sessão que também serviu para apresentar o Festival Y#1, após um recital de poesia por Maria Emília Castanheira. A “Quarta Parede” revelou «muita vontade de trabalhar» para colmatar o «pouco investimento cultural» que se tem feito na região.

Rui Sena, director artístico da associação, pretende introduzir mudanças na relação entre actores e público. «Há que abolir paredes», defende, considerando necessário suprimir as «distâncias entre o público e o palco», oferecendo-lhes espectáculos de qualidade. «Não sei se vamos ser diferentes. Não vale a pena fazermos conjunturas. Temos um projecto, vamos fazer performances, debates e “workshops” sempre que tivermos apoios, e não falamos apenas dos financeiros», explica Sena, garantindo desde já que o público verá colmatadas algumas áreas, principalmente as formas de arte que passam despercebidas em termos de organização e produção na região. Como revela na entrevista a “O Interior” (ver página 3 desta edição), Rui Sena quer colocar «num futuro breve» todas as formas de arte ao dispor de uma população constituída por públicos «mais jovens e mais cultos». Os espectáculos de dança, música, os debates, os “workshops” e as novas tecnologias usadas na arte serão preocupações futuras da “Quarta Parede”, se bem que numa primeira fase se centrem apenas no teatro. E isto porque a nova estrutura profissional pretende implantar-se nos próximos três anos como uma associação «multidisciplinar». Algo que só pode acontecer com «apoios» financeiros e logísticos.

O “núcleo duro” da “Quarta Parede” é constituído por Rui Sena, Isabel Marques (ex-jornalista da RTP) e Luísa Pires (que pertenceu aos órgãos do Cine Clube da Beira Interior), elementos que contarão com a ajuda de José Castanheira para tratar a imagem da associação, Rui Gonçalves para a parte técnica e da encenadora Carla Magalhães para produzir eventos próprios. Uma equipa que não se esgota apenas nestes elementos, pois a associação pretende contratar mais pessoas e estabelecer parcerias com as associações existentes na região para fomentar o «debate de ideias». Uma ligação que já existe, tendo em conta que na ausência de um espaço próprio, e face à limitação financeira, a “Quarta Parede” tem vindo a partilhar o espaço da Associação de Teatro e Outras Artes (ASTA), da Covilhã.

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