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Quarta-Parede apresenta “Stracciatella”

Primeira produção da Associação de Artes Performativas da Covilhã estreia na próxima quarta-feira

A Quarta Parede – Associação de Artes Performativas da Covilhã apresenta quarta-feira a sua primeira produção artística. Após dois anos e meio de dedicação quase exclusiva à realização do “Festival Y”, a Quarta Parede surge agora com “Stracciatella”, um projecto multidisciplinar a partir do teatro, movimento, sons, objectos e multimédia, da autoria de Sílvia Pinto Ferreira e Jeannine Trévidic.

Baseada na «recolha de histórias, imagens, sons e objectos que fazem parte do quotidiano», o espectáculo pretende «retratar as memórias das pessoas e transpô-las para o espectador», explica Sílvia Pinto Ferreira. «Pretendemos reflectir os diferentes tipos de memórias através das imagens projectadas, enquanto o texto não será apenas dito, mas mostrado. Queremos igualmente que o espectador veja como um texto pode ser transformado em palavras, objectos e sons», descreve a artista. Daí o nome: «Dá-nos a ideia de amálgama de sabores e de sensações», sublinha Sílvia Pinto Ferreira. Para já, o espectáculo parece fazer jus ao lema que a Quarta Parede tem hasteado desde a sua constituição, há quase três anos: abolir as paredes entre o público e o actor existentes no teatro convencional. E isto porque “Stracciatella” vai ser um «espectáculo diferente» daqueles que se realizam habitualmente na Covilhã, assegura Rui Sena, director da associação, para quem «não é muito habitual fazer performances» na cidade.

Apesar do teor do espectáculo continuar no “segredo dos deuses”, as performers adiantam: «É um espectáculo de meia hora e será apresentado apenas para quatro pessoas de cada vez», estando previstas duas sessões por noite durante os dias em que o espectáculo estiver em cena, de 1 a 9 de Julho, às 21h30 e 22h30. «Com quatro espectadores será mais fácil aperceberem-se das particularidades do espectáculo», considera Sílvia Pinto Ferreira, escusando-se a revelar o que será feito. «O melhor é assistir», desafia. Também o tradicional palco será abolido, tendo a companhia optado por um recanto localizado no piso inferior do Teatro-Cine e que outrora serviu de arrecadação aos cenários do Teatro das Beiras. Além da aposta nas novas tecnologias, tal como aconteceu com os espectáculos inseridos no Festival Y, a Quarta Parede empenha-se ainda na apresentação de artistas emergentes, até porque está inserida na Rede Íris – Associação Sul Europeia para a Criação Contemporânea. Entretanto, o grupo já possui espaço próprio, junto à Associação Académica da Universidade de Beira Interior, e, para além das performances e do festival, dedica-se também à formação de públicos, ao “Teatro Social” com toxicodependentes, idosos e presidiários, bem como a acções de arte contemporânea e ateliers com escolas e público em geral.

Liliana Correia

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