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PSP da Guarda muda finalmente serviços para o Prolar

Nova sede da secção de investigação criminal é alvo do descontentamento dos próprios agentes

A secção de investigação criminal da Polícia de Segurança Pública (PSP) da Guarda vai mudar para as novas instalações. Os próprios agentes já andam de “mobília às costas” desde a última terça-feira para fazer as mudanças para o espaço ocupado pela antiga delegação da Direcção Regional de Ambiente e Ordenamento do Território (DRAOT), no edifício conhecido como Prolar, perto do centro da cidade. Uma casa nova é sempre motivo de regozijo, mas para os elementos da polícia não há grandes motivos de contentamento.

Tudo porque as novas instalações «não dispõem de condições condignas», explica António Amoroso, dirigente distrital da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP). O espaço sofreu obras de adaptação aos serviços da polícia, tarefa para a qual foi pedido o apoio da autarquia. «Mas se já não tinha condições para aquele serviço da DRAOT, também não tem agora para uma força policial», constata, garantido ser por isso que os agentes estão descontentes, nomeadamente por ser um edifício envidraçado, com falta de segurança, estacionamento e aquecimento, entre outras condicionantes. Para além de que a mudança repentina, pois só foram avisados esta semana, vai ser feita pelos próprios polícias. Por tudo isto, o novo espaço «é contestado, por não ser adequado» para este serviço policial, conclui. Daí a revolta dos agentes da PSP. Apesar das actuais instalações também não serem condignas, pois estão confinados a um espaço apertado, «quando se muda devia-se mudar para melhor», realça António Amoroso. «Se fossem instalações provisórias e houvesse a perspectiva de um novo comando, os agentes até aceitavam melhor, mas não é isso que vai acontecer», lamenta o dirigente sindical.

Nas novas instalações vai ficar sediada a secção de investigação criminal da PSP, com cerca de vinte agentes, e os respectivos serviços administrativos. Recorde-se que já em Fevereiro de 2003, “O Interior” anunciava a mudança destes serviços para o “Prolar”, durante o Verão daquele ano, o que só agora vai acontecer, quase dois anos depois. Desde dessa altura que quatro lugares de estacionamento estão reservados para a PSP no local. Com esta transferência de serviços, a esquadra da Guarda reparte-se agora por três zonas da cidade: São Miguel (secção de trânsito), Prolar (secção de investigação criminal) e quartel da GNR (parque automóvel). «E esta dispersão tem encargos», alerta o agente, que aproveita para reclamar um comando «novo e com todas as secções no mesmo espaço». A PSP espera por um novo comando há cerca de duas décadas, continuando a funcionar numa ala do Governo Civil, um espaço cada vez mais exíguo e pouco funcional para a actividade daquela força policial. Por sua vez, o actual comandante da PSP, Salvado Lopes, em declarações a “O Interior”, diz desconhecer o descontentamento dos agentes e confirmou ainda a concretização da deslocalização da secção, o que deverá acontecer até ao final desta semana. Mas por ser um processo moroso, «ainda serão precisos alguns dias para que o departamento de investigação criminal esteja a trabalhar a cem por cento» nas recentes instalações, refere o comandante.

Patrícia Correia

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