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PSD/Covilhã sob ameaça de despejo

Proprietário do espaço onde está instalada a sede exige 7.500 euros de rendas em atraso

Manuel Mendo, proprietário do local onde está instalada a sede da concelhia da Covilhã do PSD, ameaçou despejar o partido pelo atraso no pagamento de rendas. O dono refere que não são pagas «há 15 meses» e reclama uma verba de 7.500 euros relativa a rendas e «indemnizações legalmente devidas».

Ainda segundo o proprietário, os atrasos «são recorrentes» desde que, em 1987, o PSD covilhanense instalou a sede no primeiro andar do número 18 da Rua Visconde da Coriscada, mas «nunca chegou a números tão altos». A renda, que ronda os 300 euros mensais, foi paga pela última vez em junho de 2011, «na véspera das eleições legislativas», com o PSD a regularizar a situação relativa a cerca de um ano de atrasos «graças à intervenção de um gabinete de advogados», adianta Manuel Mendo. Mas de então para cá, o proprietário refere que a renda «ficou por pagar» e os responsáveis locais do partido «pedem desculpa» e justificam-se com «falta de dinheiro». «O último contacto foi há algumas semanas e foi-me dito que o mês de julho seria pago pela concelhia e o restante pela estrutura nacional, mas até agora não vi nada», lamenta o senhorio.

Nesse sentido, Manuel Mendo avisa que está em contacto com o advogado «no sentido de atuar», podendo mesmo interpor uma ação de despejo. «Se até ao próximo mês as rendas não forem pagas teremos de avançar para o despejo porque a situação começa a ser insustentável», afirma o dono do espaço, lembrando que «se o inquilino não paga, tem de sair». Para Manuel Mendo, esta situação é «escandalosa», porque «não estamos a falar de um particular qualquer e sim de um organismo que pertence ao partido que tem a maioria governativa». O proprietário considera ainda «imoral e incoerente que um partido que tanto apela a sacrifícios, contenções, lisura e honestidade não cumpra com as suas obrigações». Francisco Castelo Branco, presidente da concelhia social-democrata, disse a O INTERIOR que está «desagradado» com a situação e «incomodado» com a publicidade. «Ainda há pouco tempo falámos com o proprietário e com o seu representante legal e não percebo o porquê de todo este espetáculo mediático», afirma.

O dirigente salienta que o atraso nas rendas «já vem de há vários meses» e que, por isso, «a atual direção é alheia» a esta situação, que «herdou» da presidência anterior. Francisco Castelo Branco reconheceu que, «enquanto nova equipa diretiva, temos de regularizar o passado e assim que tomámos posse demos atenção a este problema», mas lembrou que o pagamento das rendas «é um processo que envolve mais do que uma assinatura e muita burocracia». O pagamento pode ser feito pelos órgãos locais ou pela estrutura nacional do partido, «pelo que pode demorar e por isso apelámos à boa vontade do proprietário», disse o social-democrata, que lamentou «alguma falta de compreensão». Contudo, garantiu que a situação será resolvida em breve. «Estamos a providenciar para que esta dívida fique liquidada no máximo até ao final de agosto», assegurou.

Fábio Gomes Francisco Castelo Branco garante que a situação será resolvida «até ao final de agosto»

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