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PS vai escolher candidatos às autárquicas em diretas

António José Seguro considerou que Comissão Nacional realizada na Guarda permitiu «reforço da estratégia» da sua direção

Tal como se esperava, a proposta de revisão dos estatutos do PS foi aprovada na Comissão Nacional que se realizou no sábado, na Guarda. As alterações foram aprovadas sem qualquer voto contra e contemplam, entre outras mudanças, que o mandato do líder passe a coincidir com as legislaturas e que a escolha dos candidatos a autarcas e deputados seja feita em diretas.

Uma situação destacada pelo secretário-geral socialista, que, à chegada ao hotel onde decorreu a reunião, tinha Joaquim Valente, José Albano Marques e Fernando Cabral à sua espera. António José Seguro salientou que, «pela primeira vez em Portugal, há um partido que vai utilizar as diretas para a escolha dos candidatos a presidentes de Câmara e dos candidatos a deputados». Disse tratar-se de uma «inovação», pois, «pela primeira vez, os militantes têm a possibilidade de escolher os seus candidatos a presidentes de Câmara e a deputados à Assembleia da República». Segundo o líder do PS, a Comissão Nacional permitiu «um reforço da estratégia» da sua direção, vincando que «houve uma grande adesão por parte dos dirigentes do PS. Fui eleito com 68 por cento e hoje houve votações próximas dos 90 por cento. Isto é um sinal que estamos a unir o PS», defendeu aos jornalistas no final da reunião realizada à porta fechada.

Questionado sobre as alterações introduzidas em matéria de disciplina de voto dos deputados, Seguro sublinhou que o princípio passa a ser o da liberdade de voto: «Por minha proposta, foi introduzido no regulamento do grupo parlamentar que em vez da disciplina houvesse liberdade de voto. O que aqui se fez foi adequar os estatutos àquilo que já tinha sido feito», declarou. Relativamente às ausências de muitos dos críticos da atual direção na reunião guardense, caso de António Costa, presidente da Câmara de Lisboa, e de Pedro Silva Pereira, ex-ministro da Presidência, o secretário-geral respondeu que só se preocupa com «as presenças». Ficou também definido que as eleições para as federações distritais vão realizar-se a 15 ou 16 de junho e que os seus dirigentes devem marcar os escrutínios nas concelhias para 1 ou 2 desse mês.

Esta reunião da Comissão Nacional ficou ainda marcada pela saída extemporânea dos deputados Renato Sampaio e Isabel Santos, que abandonaram os trabalhos após a maioria dos participantes ter rejeitado um requerimento de impugnação das alterações estatutárias. O ex-líder do PS/Porto pedia a impugnação de todas as votações, alegando que a Comissão Nacional não tem mandato do último congresso para proceder a uma revisão dos estatutos. Outro dos críticos à forma como o processo decorreu foi André Figueiredo, deputado do PS eleito pelo círculo eleitoral do Porto, mas natural de Seia. Numa nota enviada à Lusa, o ex-secretário nacional do PS para a Organização considerou que a forma como a Comissão Nacional procedeu à revisão dos estatutos é «grave, inadmissível, lamentável e sem precedentes». Na sua opinião, «a história do PS não permite nem merece este acontecimento. A alteração estatutária aprovada está ferida de ilegalidade, atento o facto de não se terem preenchidos os requisitos estatutários necessários para que a revisão pudesse vir a ter lugar», sustentou.

Ricardo Cordeiro Secretário-geral do PS realçou que, «pela primeira vez», os militantes vão poder escolher candidatos a presidentes de Câmara

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