O número dois da lista do PS pelo distrito da Guarda e presidente da Federação socialista criticou terça-feira o PSD por fazer campanha eleitoral no distrito apesar do líder do partido, Santana Lopes, ter suspendido as iniciativas durante dois dias devido à morte da Irmã Lúcia. Fernando Cabral referiu-se ao facto da cabeça de lista do PSD, Ana Manso e o candidato Couto Paula, terem estado nesse dia a distribuir propaganda partidária no Sabugal e Celorico da Beira. «Os eleitores devem votar nos projectos políticos apresentados pelos partidos, mas também no carácter dos candidatos e agentes políticos», sustentou o número dois de Pina Moura. O director de campanha do PSD, Luís Aragão, não quis comentar estas afirmações. De resto, os últimos dias ficaram marcados por vários ataques mais duros a Ana Manso e ao PSD por parte dos socialistas. No domingo, Pina Moura, cabeça de lista, acusou a líder da distrital e número um da lista social-democrata pela Guarda de «”talibanismo”» durante um debate em Gouveia sobre as estratégias de desenvolvimento do interior. O economista pretendeu responsabilizar Ana Manso pela «destruição» do tecido industrial do distrito, tendo recordado os encerramentos da Bellino & Bellino (Gouveia), Gartêxtil (Guarda), “Ranking” (Sabugal) e, mais recentemente, de várias empresas do concelho de Seia, realçando as dificuldades da Vodrages. Na segunda-feira foi a vez de Fernando Cabral aproveitar uma conferência de imprensa a propósito do atraso na recuperação das minas de urânio do distrito para criticar as recentes visitas de governantes à Guarda para assinarem diversos protocolos e anunciarem projectos e medidas. O candidato sustentou que, em muitos casos, está a condicionar-se «aquilo que é a acção futura do próximo Governo» ao serem anunciados projectos, assinados contratos-programa e assumidos compromissos para o futuro, para os quais «não se sabe se há ou não cabimento orçamental».