Candidato à Câmara da Guarda quer reduzir desemprego no concelho «para metade» em quatro anos, mas o «sonho» de José Igreja é candidatar a cidade a Património da Humanidade.
Já não há dúvidas que o PS vai jogar tudo nas autárquicas na Guarda. Mobilizada a “artilharia pesada” e a “infantaria”, a candidatura de José Igreja teve uma prova de força no sábado com um jantar-comício que encheu o NERGA. O cenário estava de tal forma composto que António José Seguro classificou a noite de «memorável» porque «desfaz as dúvidas de quem as tinha. A Guarda é socialista e vai continuar a sê-lo», sublinhou o secretário-geral do PS.
Perante 1.600 apoiantes, segundo a candidatura, José Igreja divulgou algumas das suas propostas e assumiu a redução do desemprego como a principal. Para tal, se for eleito, tenciona criar uma bolsa de emprego na Internet, pois «o objetivo é reduzir em 4 anos o desemprego para metade. No final de junho existiam 2.701 desempregados no nosso concelho e tal não pode continuar», afirmou. Mas também profissionalizar a gestão da plataforma logística e disponibilizar na Câmara um gabinete de apoio ao empresário, «uma espécie de autoestrada do investidor», especificou. E para atrair investidores o candidato desafiou ainda o Governo a localizar no interior, através da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), «núcleos empresariais estrangeiros», concedendo incentivos fiscais e outros. «Assim, criar-se-ão postos de trabalho nestas regiões despovoadas, promovendo a fixação de jovens qualificados e dinâmicos», afirmou.
Depois, José Igreja acusou o atual Governo de «desprezar a Guarda e as suas gentes» por ter parado a requalificação do Hospital Sousa Martins, a modernização da Linha da Beira Baixa até à Guarda e a transformação do Hotel Turismo em unidade escola. Projetos cuja concretização vai exigir ao «atual e futuro Governo», a par da revogação da Lei das Freguesias e da redução de IRC para as empresas que investirem no interior. José Igreja prometeu, entre outras medidas, dotar de Internet “wireless” todas as freguesias, introduzir o orçamento participativo – «uma grande ideia dos jovens», sublinhou – e criar o Provedor do Munícipe, que será «alguém independente e de ética imaculada», garantiu. O candidato socialista assumiu ainda «o sonho» de candidatar a cidade a Património da Humanidade, justificando que «só quem não tem ambição para a Guarda é que pode desmerecer da importância deste projeto».
Outro «sonho» para a área da cultura é um Centro de Arte Contemporânea, assim como o regresso das Festas da Cidade. Se for eleito, José Igreja quer também «reestudar a Praça Velha» e fazer a alameda da Ti’Jaquina e a variante da Sequeira – dois projetos que os sucessivos executivos socialistas têm adiado por falta de dinheiro. O cabeça-de-lista socialista anunciou ainda que fará «um pacto de regime» com todas as forças políticas do concelho, sustentando que «o que for bom para a Guarda será bom para mim e para a minha equipa». Por sua vez, António José Seguro recordou que o PS tem «uma relação de confiança com os guardenses» e que a cidade «progrediu muito graças ao PS na Câmara e no Governo». O secretário-geral socialista disse-se igualmente «muito satisfeito» com «a marca» que Joaquim Valente deixa e sublinhou que os socialistas «não têm ninguém com a profissão de presidente de Câmara», numa indireta a Álvaro Amaro, que atingiu o limite de mandatos em Gouveia e concorre na Guarda como cabeça-de-lista da coligação PSD/CDS-PP.
Graça Cabral, a surpresa
O comício serviu também para apresentar a lista à Câmara, mas não houve “foto de família”. Com José Igreja vão o arquiteto Joaquim Carreira, a advogada Graça Cabral, de 45 anos – eleita deputada municipal pelo PSD em 2001 –, o engenheiro civil Daniel Santos, Ricardo Antunes, Maria João Gomes e Luís Pinheiro. Joaquim Valente é o cabeça-de-lista à Assembleia Municipal e Fernando Cabral o candidato à Junta de Freguesia da Guarda.
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Luis Martins