Estão desfeitas todas as dúvidas. Joaquim Valente é o candidato do PS à Câmara da Guarda nas autárquicas de Outubro. E promete avançar com uma equipa «renovada», garantiu a “O Interior” fonte da concelhia socialista. Ao que tudo indica, o engenheiro não deverá levar consigo nenhum dos actuais eleitos do PS no executivo, uma opção que também pondera pôr em prática em relação à concelhia, o que, a ser verdade, excluirá da lista António Saraiva, director-executivo do PolisGuarda e líder dos socialistas guardenses. O candidato remete-se, por enquanto, ao silêncio e não presta declarações sobre o futuro.
A concelhia local escolheu um grande amigo de José Sócrates, estudaram Engenharia juntos em Coimbra, para suceder a Maria do Carmo Borges e manter na esfera socialista a Câmara da Guarda, bastião do PS há 29 anos. Curiosamente, o nome de Joaquim Valente foi aquele que menos intenções de voto acolheu numa sondagem promovida pelo partido no ano passado, embora também derrotasse qualquer candidato do PSD na Guarda. À sua frente ficaram Esmeraldo Carvalhinho, vereador há quatro mandatos, José Igreja, actual presidente da Assembleia Municipal, e António Saraiva, presidente da concelhia. Uma “partida” nada auspiciosa para o antigo vereador, que, contudo, sempre foi o candidato a candidato mais bem posicionado na “grelha de partida” da estrutura local e nacional. A decisão foi confirmada na sexta à noite, durante uma reunião da concelhia em que Maria do Carmo reiterou que não tencionava recandidatar-se, pelo que os socialistas tiveram que escolher entre Saraiva e Valente, já que José Igreja desistiu. A votação acabou ser muito favorável ao engenheiro, que derrotou o arquitecto por seis votos de diferença.
Mais tarde, António Saraiva explicou que a «personalidade e o percurso» de Joaquim Valente foram «alguns dos argumentos que pesaram na decisão», considerando a escolha «acertada».
Joaquim Valente é actualmente vogal do Conselho de Administração da sociedade PolisGuarda, de que é simultaneamente director técnico, e foi nomeado em Fevereiro director da Refer para as linhas da Beira Alta e Beira Baixa, área em que foi responsável pelas obras de electrificação da linha da Beira Alta. Foi presidente da Junta de Freguesia do Porto da Carne (Guarda) e ex-vereador na Câmara da Guarda entre 1997-2001. Nas autárquicas desse ano foi candidato socialista à Câmara de Celorico da Beira, perdendo para Júlio Santos, pelo que passou a ocupar o cargo de único vereador do PS naquele município. Fora da política, foi dirigente desportivo e ocupou o cargo de presidente da Associação de Futebol da Guarda entre 2001 e 2003.
Luis Martins
