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Propinas em Portugal estão entre as mais altas da Europa

Os quase quase mil euros de propina máxima cobrados no último ano letivo colocam Portugal entre os países mais caros da Europa para se estudar no ensino superior. Os dados são de um relatório publicado no início desta semana pela Eurydice, uma rede europeia que se debruça sobre os sistemas educativos europeus, e posicionam as instituições nacionais no 10.º lugar na lista das que mais cobram. Porém, se forem tidas em conta as excepções criadas por vários países, Portugal fica, na prática, com o terceiro lugar.

A Irlanda, por exemplo, aparece na segunda posição, com preços entre os dois mil os seis mil euros, mas só 60 por cento dos alunos pagam a frequência do superior, enquanto a Escócia, o terceiro país da lista com uma propina de 2097 euros, não cobra propinas aos estudantes de países da União Europeia. Já na Croácia, estão definidas propinas de 1344 euros anuais, mas que são gratuitas para os alunos do primeiro ano.

Atrás de Portugal surgem países como a Islândia (279 euros anuais), França (177 euros) ou Alemanha, (200 euros por ano), segundo o relatório da Eurydice. De acordo com o mesmo documento, a frequência do primeiro ciclo do ensino superior é gratuita em países como a Dinamarca, Grécia, Malta, Áustria, Finlândia, Noruega e Suécia, enquanto no Chipre está definida uma propina de 3410 euros que é paga integralmente pelo Estado às universidades. No topo da lista surge o Reino Unido, onde os estudantes pagam 3375 libras anuais (cerca de 4200 euros).

Este estudo mostra ainda que 26 por cento dos estudantes do ensino superior nacional recebem bolsa de estudo, um valor que coloca Portugal entre os países europeus onde apenas uma minoria dos estudantes tem apoio do Estado.

Comentários dos nossos leitores
antonio vasco s. da silva vascosil@live.com.pt
Comentário:
Vergonha! Só me apetece dizer isto, num pais com tanto desemprego, como é possível ter preços destes? Para onde caminhamos? O que nos reserva o futuro? Que lugar vamos nós ter nesta Europa? Portugal forma os seus filhos, e outros países aproveitam esta massa sem investir um tostão. Para quando vamos nós ser capazes de dar a volta a isto? Com a política que nos tem conduzido até aqui, corremos o risco de desaparecer como nação. Não é possível continuar neste caminho, temos de nos virar para outras partes que não a Europa. Está visto que Portugal não tem capacidade para fazer parte desta Europa, mas antes deve ficar encostado a países como a Grécia. A nossa entrada nesta Europa trouxe-nos dificuldades acrescidas em vários sectores, e quem se está a rir é a Alemanha e outros países grandes, que se têm sabido aproveitar da nossa pequenez. Somos um pais muito limitado mas a pensar muito alto, e não nos podemos equiparar a outras potências, pois não temos estruturas nem meios. Pior ainda foi termos aderido à moeda unica, foi o desastre total. A Europa só faz sentido quando as responsabilidades forem partilhadas por todos os estados, assim como as obrigações. Não podemos continuar com salários vergonhosos, e pagar acima das possibilidades. Para quando uma Europa em que se ganhe em Portugal o mesmo que se ganha na Alemanha? Temo que isto um dia dê em guerra, pois não podem ser os pequenos a ter de pagar os grandes salários desses países e altas reformas. Gostava de ver na Europa a igualdade em todos os sectores, onde as pessoas tivessem direito a um trabalho e recebessem o mesmo, de igual forma. Esta Europa, tal como está, não terá muito mais por onde continuar, está condenada ao fracaso, pois os pequenos não se conseguem fazer levantar, tal é o peso dos grandes e dos interesses instalados pela banca. Devemos olhar cada vez mais para o outro lado do oceano, como no passado, pois o futuro de Portugal passa por fazer exportar cada vez mais para lá do Atlântico. O modelo da Europa está minado, está viciado, não tem futuro. Não acredito nesta união, como um estado em que outros sonharam. Algo tem de ser feito no sentido de alterar as regras, para que os pequenos não tenham de continuar a pagar para os mais fortes.
 

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