Arquivo

Procura-se a “maior árvore” do distrito até Agosto

Concurso que pretende inventariar os maiores exemplares de 10 espécies autóctones foi prolongado

“Em Busca da Maior Árvore” é o nome de um concurso organizado pela Associação Transumância e Natureza (ATN) para levar os mais novos a descobrir e catalogar os maiores exemplares de uma lista de 10 espécies de árvores autóctones do distrito da Guarda. O desafio foi lançado aos mais jovens, que têm agora a possibilidade de encontrar a maior árvore do distrito até ao final do mês de Agosto. O prazo foi prolongado devido ao «elevado interesse» já manifestado pelos mais novos.

O objectivo consiste em tentar referenciar as árvores monumentais da região, tendo em conta o seu porte, desenho, idade e raridade. Para o concurso são considerados o pinheiro-bravo, o carvalho-negral, o carvalho cerquinho, a azinheira, o sobreiro, o freixo, o amieiro, o castanheiro, o choupo e o ulmeiro. Inicialmente, a organização tinha agendado o anúncio da maior árvore do distrito para 5 de Junho, no entanto, Alice Gama, da ATN, diz que «devido ao elevado interesse dos jovens e do considerável número de inscrições, decidimos prolongar o prazo». A bióloga refere ainda que o concurso procura «sensibilizar os jovens para a Natureza e que haja um envolvimento de várias faixas etárias, seja com professores, pais, avós ou amigos». Até agora o balanço é positivo, havendo já «mais de 30 pessoas inscritas». Contudo, a ATN pretende continuar a divulgar o concurso para conseguir uma maior adesão. Nesse sentido, os jovens com menos de 18 anos podem inscrever-se até 31 de Agosto e o júri, composto por três técnicos florestais, premiará os dois melhores exemplares por espécie. Os prémios – uma máquina digital (primeiro prémio) e uma BTT (segundo prémio) – serão entregues a 5 de Outubro, em Figueira de Castelo Rodrigo.

Por sua vez, os proprietários florestais dos espécimes vencedores receberão um galardão, enquanto as árvores seleccionadas serão propostas para classificação de interesse concelhio e público. Posteriormente, a associação pretende organizar um dossier com todas as árvores seleccionadas, que incluirá um roteiro de visita aos melhores exemplares, numa tentativa de potenciar o turismo ecológico e a educação ambiental na região. Assim, a ATN deseja valorizar um património de «elevado valor ecológico, paisagístico, cultural e científico que se encontra em grave risco de desaparecimento, após uma série de fenómenos ocorridos, sobretudo, nos últimos 100 anos». A forte desflorestação, os constantes incêndios, o incremento do pastoreio e do cultivo cerealífero, a plantação desadequada de espécies exóticas e, claro, o crescimento urbano, são as principais ameaças. O pinheiro-silvestre, o teixo e a faia são exemplos de espécies arbóreas que desapareceram quase totalmente no distrito.

Tânia Santos

Sobre o autor

Leave a Reply