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Previsões e desafios

Mais uma vez as previsões de Vítor Gaspar para a economia portuguesa falharam e por mais “incrível” que pareça em toda a linha.

Na Comissão de Orçamento e Finanças, o ministro acabou por revelar que o PIB em 2013 deverá cair 2% em vez de 1% e que pretenderá ter um défice inferior a 3% do PIB somente em 2015. Aquando da elaboração do Orçamento de Estado para 2013, e não foi há muito tempo, estamos a falar do mês de setembro de 2012, o Governo tinha previsto umas estimativas extremamente otimistas face a outras que entretanto já tinham sido divulgadas. O Banco de Portugal apontava já para uma queda no PIB de 1,9% e a OCDE para 1,8%. A Comissão Europeia previu na semana passada a recessão para 1,9% e o défice para 4,9%.

Mas o que é mais preocupante e o que mais nos preocupa a nós portugueses é sem dúvida o desemprego e por aqui os números são simplesmente aterradores. O Governo estimou no Orçamento uma taxa de 16,4% em 2013, mas no quarto trimestre de 2012 já era de 16,9%. A Comissão Europeia apresentou uma projeção para 2013 de 17,3%.

O que não se consegue compreender é como este ministro nos apresentou há cerca de quatro meses um orçamento que sabia que não iria conseguir cumprir e que, de uma forma impávida e serena, nos venha dizer agora que, afinal, é preciso mais tempo para cumprir as metas do défice. Não se entende como um economista com a reputação de Vítor Gaspar se tenha enganado nas previsões macroeconómicas e da forma como o fez.

Esperemos é que este tempo que vamos pedir à “troika” sirva para aumentar o investimento, que traga não só mais postos de trabalho, como também uma redução dos sacrifícios que os portugueses estão a fazer por culpa dos muitos erros económicos “colossais” cometidos por incompetência governativa ao longo dos últimos anos. Winston Churchill disse: «Um político deve ter a capacidade de prever o que vai acontecer amanhã, na próxima semana, no próximo mês e no próximo ano. E depois ter a capacidade de conseguir explicar porque não aconteceu».

Na esfera local, quando esta crónica sair para as bancas, o PSD já deverá ter decidido qual a personalidade que encabeçará a lista candidata à Câmara Municipal da Guarda. O presidente da CPD terá já dito publicamente que o candidato deve ser alguém que «seja portador de uma grande experiência política e uma grande capacidade de intervenção que pode fazer a diferença». Como também é do conhecimento público, apresentam-se a esta corrida dois candidatos: Álvaro Amaro e Manuel Rodrigues, este último apresentado pela estrutura local do partido. Todas as notícias que têm vindo a público nos permitem constatar que a escolha recairá sobre Álvaro Amaro, prevendo-se uma divisão interna. Seria a altura ideal para que o PSD se unisse à volta de uma candidatura, seja ela qual for, para que de uma vez por todas se consiga fazer eleger alguém que coloque o nosso concelho na senda do progresso e do desenvolvimento.

Estamos numa altura em que tudo é possível em termos autárquicos. O PS vai apresentar uma nova personalidade, que, como sabemos, será José Igreja. Uma candidatura que abriu grandes divisões internas e que deverá ser motivo de reflexão por parte dos outros partidos. A primeira entrevista de fundo que o candidato do PS concedeu a um órgão de comunicação regional foi um autêntico “flop”. Não consegui perceber quais eram as ideias de política social, de educação e de economia que tinha para o desenvolvimento de um concelho que se encontra moribundo, à beira de uma catástrofe económica, consequência das políticas que a gestão socialista implementou ao longo destes 36 anos.

Sabemos que a conjuntura nacional não irá ajudar, mas a Guarda necessita de uma nova equipa em volta de uma candidatura forte e de uma causa comum que só terá Futuro alicerçada numa plataforma política honesta e transparente, não só para dentro dos partidos, mas principalmente para a GUARDA…

Por: Cláudia Teixeira

* Deputada da Assembleia Municipal da Guarda eleita pelo CDS-PP

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