P – O que é o Centro Português de Serigrafia?
R – Trata-se de uma entidade que edita obra gráfica artística, como serigrafia, gravura e litografia, e funciona também em regime de associados. Trabalha directamente com cerca de 400 artistas nacionais e internacionais e explora muito a veia gráfica. No fundo criámos uma forma de acesso mais fácil sobre a obra de um artista plástico e o pagamento de uma mensalidade é a fórmula mais simples para este intercâmbio. Assim, os sócios vão criando um “plafond” para poderem vir a adquirir obras de arte. A gravura e a litografia já são técnicas artísticas mais conhecidas, enquanto a serigrafia é considerada, muitas vezes, uma fotocópia, mas não é! É uma técnica trabalhada e composta, que parte de um original.
P – O que levou o CPS a abrir este espaço na Guarda?
R – Este desafio provém de várias razões, mas a principal é a localização geográfica, que é muito interessante. Está perto de Espanha e na região Centro. Foi feita uma pequena pesquisa interna a nível de sócios nesta zona e constatámos que seria uma boa aposta. Outro motivo foi estarmos mais perto dos nossos sócios e não centralizarmos tudo em Lisboa, porque só a Internet não chega! A Guarda está em desenvolvimento e tem havido muita promoção junto do público. A escolha da cidade também parte do facto de haver uma pessoa dentro da estrutura do CPS que está disponível para sair do núcleo central, que é Lisboa, para um projecto mais consistente.
P – Foi difícil a escolha do local?
R – É engraçado que este foi o primeiro espaço que vimos, mas não foi propriamente amor à primeira vista… Ainda fomos procurar no centro da cidade, mas este (na Av. São Miguel) reuniu as melhores condições. Trata-se de um edifício novo com uma fachada esteticamente muito interessante.
P – Destina-se a que público-alvo?
R – É muito abrangente. Hoje em dia a Arte já não é um produto específico, pode ir dos 6 aos 90 anos. Há quem pense que a Arte é só para determinadas pessoas, mas não é verdade, porque todos nós, diariamente, lidamos com Arte, seja quando se está a beber um café ou quando vemos um filme à noite, em nossa casa. Não temos é essa noção, mas estamos sempre envoltos pela arte.
P – O que é que a galeria pode oferecer aos guardenses?
R – Temos para oferecer mais uma visão e uma nova mostra de arte. Além disso, pretendemos também trabalhar com os artistas da região, tanto para usufruírem deste espaço, como para servirem de intercâmbio com o CPS. Porque queremos conhecer e dar a conhecer novos artistas, experimentar novas técnicas e fazer novas coisas. Para a Guarda, é um espaço diferente mas com a intenção de ser mais um espaço para expor obras de arte.
P – Já há sócios na Guarda ou na região?
R – Na região Centro há cerca de 300 associados e na Guarda também já existem alguns, mas concretamente não sei quantos há. Depois há também muitos interessados e outros que passam na montra e param só para ver. Acho que as pessoas sentem algum receio em entrar na galeria, pensam que a arte não é para elas. Mas, quem entra, diz-se satisfeita com o espaço e sente-se bem cá dentro. De uma maneira geral, as pessoas têm tido uma aceitação muito agradável.
P – Que outras formas de arte se pode aqui encontrar?
R – Diversificámos as nossas iniciativas e passamos a dar importância à arte e o vinho, arte e o livro, arte e o tempo, azulejos de arte, entre outras. Assim, temos edições próprias, que são acompanhadas por seriagrafias. Há pouco tempo editámos chávenas de uma artista francesa. Também fazemos os rótulos de algumas garrafas de vinho. Ou seja, esta é uma forma de se oferecer arte.