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Prestar contas

A minha primeira crónica, nesta nova fase de colaboração com um importante semanário da Guarda e sua região, acontece no momento em que ocorre o encerramento da primeira Sessão Legislativa da XIII Legislatura da Assembleia da República.

Presumo que na base do convite do diretor de O INTERIOR esteja o facto de eu ser um dos quatro deputados eleitos pelo distrito, pelo que este é o tempo e o lugar, um dos lugares, onde tenho a obrigação de prestar contas aos cidadãos da Guarda. Procurei ser fiel, todos os dias, aos compromissos assumidos com as pessoas, com as entidades, com os autarcas, com a sociedade civil em todas as suas dimensões. Presente, atento, preocupado, dialogante, interventivo, fui um defensor intransigente das causas das nossas terras.

Comigo, os problemas ou os projetos do distrito estiveram sempre à tona, fosse o caso de Vilar Formoso ou da raia, o Parque Natural da Serra da Estrela ou o Museu do Côa, a poluição do Rio Noéme ou o património ao abandono nas áreas protegidas. Estivemos atentos à ULS e à complexidade dos seus problemas, particularmente os recursos humanos, defendendo a posição da Guarda no âmbito regional, marcando a sua centralidade e capitalidade.

Queremos a nossa cidade como principal nó ferroviário do Centro Interior que potencie o crescimento económico e o emprego pelo que a modernização da Linha da Beira Alta e a Linha da Beira Baixa são projetos a seguir e a defender. Tal como defendemos a abertura, para fins turísticos do troço da Linha do Douro Pocinho/Barca d’Alva.

Agricultura e mundo rural estiveram em debate, preocupado com a forma como o PDR2020, negociado ainda pelo anterior Governo, trata as zonas de minifúndio do interior. Isto de a pastorícia da Serra da Estrela ter ficado fora dos apoios comunitários é algo que não entendemos. Como queriam então fixar pessoas nos territórios de baixa densidade ou promover o queijo da serra que todos elogiam e classificam como o melhor queijo do mundo?

Hotel Turismo, Pousada da Juventude, Comando Distrital da PSP, novos quartéis de bombeiros, quartel da GNR de Vilar Formoso, a reabertura dos Tribunais de Fornos e Meda, a reclassificação do Tribunal do Sabugal, o Centro Educativo do Mondego, os interesses das IPSS, são outros exemplos de contacto permanente com os diversos ministérios, colocando a Guarda na ordem do dia.

Tomámos posição na questão das portagens, defendemos os interesses do distrito nos contratos de associação. Finalmente a presença constante no território, a reunir, a conversar, a ouvir, mesmo que a pretexto de se tomar um simples café… Já estive várias vezes em todos os concelhos e em largas dezenas de freguesias, conheci ainda melhor realidades que pensava já conhecer bem.

Enfim, foram meses cheios e politicamente enriquecedores, com momentos de dureza no debate parlamentar a que não estávamos habituados. Foi a vivência de um tempo novo em que houve rejeição e formação de Governos, com toda a normalidade constitucional; testemunhamos a posse de um Presidente da República diferente, com o 25 de Abril a ser ponto de encontro dos portugueses e que culminou com Portugal Campeão Europeu.

Sanções de Bruxelas? Campeões, campeões…

Por: Santinho Pacheco

* Deputado do PS na Assembleia da República eleito pelo círculo da Guarda. Inicia nesta edição uma colaboração mensal com O INTERIOR na última semana de cada mês.

Na próxima semana escreve Ângela Guerra, deputada do PSD na Assembleia da República pelo distrito da Guarda.

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