Venho, por este meio, manifestar o enorme desagrado perante o artigo intitulado «Guerra “interna” entre Hospital da Guarda e Faculdade de Medicina”, que foi publicado no jornal O INTERIOR, na edição de 10 de maio (…) Trata-se de uma peça de claro jornalismo sensacionalista, pouco respeitador da veracidade mais profunda dos factos, procurando explorar diferenças de visão de um problema que está resolvido de forma civilizada e não problemática entre os serviços de Ginecologia/Obstetrícia do Hospital Sousa Martins e a Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior. Mais ainda, este assunto nunca constituiu base para nenhuma “guerra” entre as duas entidades (…).
É claro pois, que este artigo de jornalismo de fraca qualidade, baseado em entrevistas através do telemóvel, de índole superficial, usando referências em alguns dos casos descontextualizadas, serve apenas para prejudicar a imagem das instituições envolvidas, sem que haja matéria de base que tal justifique. A colaboração dos serviços de Ginecologia/Obstetrícia do Hospital Sousa Martins no projeto educativo de Medicina sempre foi exemplar, com as melhores referências e se houve opção pela sua terminação, temporal ou não, isso deve-se a questões internas que foram resolvidas pelas entidades envolvidas. Mais ainda, a articulação entre a Unidade Local de Saúde da Guarda e a Faculdade de Ciências da Saúde tem sempre sido extremamente proveitosa, enriquecedora e estimulante para ambas as instituições, alicerçada em fortes relações de respeito recíproco, a exemplo do que acontece com as restantes unidades de saúde com as quais a Faculdade de Ciências da Saúde/Universidade da Beira Interior está articulada e o objetivo é uma manutenção e mesmo fortalecimento desta proveitosa interação.
Luís Taborda Barata,
Presidente da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior
*Título da responsabilidade da redação
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Nota de redação:
O INTERIOR limitou-se a informar os seus leitores sobre as divergências existentes entre a Faculdade e um serviço hospitalar, promovendo o contraditório, com honestidade e independência, num trabalho isento que, talvez por isso, não tenha merecido o apreço das partes – ou pelo menos de uma parte. O termo “guerra” não resulta da imaginação do jornalista, é uma citação, contextualizada – pois foi utilizado pela diretora do serviço de Obstetrícia do Hospital da Guarda. Como se trata de um assunto do interesse público o jornal limitou-se a cumprir a sua obrigação: informar. Mas como tantas outras vezes, as partes discordam mas «mate-se o mensageiro» que é o culpado…