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Presépios de Portugal e do mundo para ver na região

Exposições em Almeida, Mêda, Sabugal, S. Miguel da Guarda e Trancoso para ver até janeiro

Nesta quadra há presépios para ver um pouco por todo o distrito. As propostas são diversificadas e de várias origens. Em Almeida, o artesão Américo Rodrigues mostra presépios regionais até 6 de janeiro.

Natural de Lisboa, onde tem oficina própria, o ceramista tem exposto em vários pontos do país e neste caso apresenta verdadeiras peças de arte em que as figuras usam trajes tradicionais portugueses. Na Mêda, é uma viagem pela representação simbólica do Natal em Portugal e no mundo que pode ser vista na Biblioteca Municipal. A mostra, patente até 8 de janeiro, é composto por cerca de 350 presépios da coleção pessoal de Miranda Garcia. Natural de Seia, o colecionador tem-se dedicado a descobrir e adquirir peças elaboradas por criadores de diferentes culturas nos mais diversos e inesperados materiais. Há presépios de todos os continentes, com exceção da Oceânia, e de todas as regiões de Portugal, incluindo as ilhas. A exposição inclui também representações da natividade feitas por medenses.

No Sabugal, é Fátima Nina que expõe as suas criações até 6 de janeiro no Museu Municipal. A escultora explora várias técnicas no domínio da arte têxtil, da reutilização de materiais como a lã em rama, o fio de algodão, de seda e de lã, restos de tecidos, rendas e passamanaria. Na Guarda, a Junta de S. Miguel acolhe o resultado do concurso de construção de presépios promovido nos jardins-de-infância de S. Miguel e do Centro Escolar da Sequeira, EB1 do Rio Diz, Centro de Estudos e ATL “abc” do NDS. A exposição está patente no Centro Cultural e Social de S. Miguel, no hall da Junta, até 4 de janeiro. Entretanto, os presépios serão apreciados segundo a criatividade, a reutilização de matérias recicláveis e a estética final, podendo os visitantes da exposição eleger o seu preferido. Em Trancoso, o desafio também foi lançado aos mais pequenos e os resultados podem ser apreciados no Centro Cultural até 4 de janeiro.

A tradição do presépio remonta ao século XIII, quando São Francisco de Assis começou a divulgar a ideia de criar figuras em barro que representassem o ambiente do nascimento de Jesus. Estima-se que será dele o primeiro presépio, em 1224. A partir daí, a ideia foi-se propagando para conventos e casas nobres, onde as representações se tornavam cada vez mais luxuosas. Portugal conheceu três grande artistas nesta arte. O escultor e decorador italiano Alessandro Giusti (1715-99) foi o primeiro, tendo criado presépios para igrejas e conventos de Lisboa e Mafra. Já António Ferreira (1731-95) especializou-se em esculturas de barro policromado, inspiradas no episódio da Natividade. Foi o grande rival de Machado de Castro, tendo trabalhado para a basílica do Sagrado Coração da Estrela, para a Madre de Deus e as Cartuxas de Lavoiras. Os seus presépios incluíam cenas profanas – romarias, tocadores de feira, cavaleiros, com trajes contemporâneos – muito na moda.

Faustino José Rodrigues (1717-1802) foi outro grande expoente português nesta arte. Aluno de Machado de Castro, é o autor do presépio do Museu Nacional de Arte Antiga de Lisboa e terá, supostamente, colaborado com o mestre no presépio da Sé Patriarcal. Finalmente, Joaquim Machado de Castro (1731-1822) é o mais emblemático criador de presépios. Nascido em Coimbra, frequentou, em Lisboa, as oficinas de Nicolau Pinto e de José de Almeida. Em 1756 foi para Mafra trabalhar com Alessandro Giusti nas obras do convento, como escultor de D. José , e ingressou na Escola de Mafra. Mais tarde criou a Escola de Lisboa, sendo que o seu presépio mais conhecido é o da Sé da capital.

Obra da coleção particular de Miranda Garcia patente na Biblioteca Municipal da Mêda

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