Arquivo

Prata da “casa” vale vitória na Junta urbana

O candidato da coligação PSD/CDS-PP é o primeiro presidente da nova freguesia da Guarda

A Junta da Guarda, que resulta da junção das freguesias de Sé, São Vicente e São Miguel, elegeu no domingo o seu primeiro presidente. João Prata, último autarca da freguesia da Estação, vai assumir o comando de toda a área urbana após derrotar Fernando Cabral (PS), Honorato Robalo (CDU) e Adelino Guerra (independente).

A coligação PSD/CDS-PP conseguiu mais 1.380 votos do que nas autárquicas anteriores, garantindo a vitória com 6.987 votos, mais 3.929 que o PS. Todavia, já em 2009 os dois partidos – que concorreram em separado – tinham mais 183 votos que os socialistas no somatório das três freguesias da cidade, embora o PS tenha ganho na Sé e S. Vicente. Ainda assim, a derrota “rosa” é maior do que a vitória da coligação, já que Fernando Cabral perdeu mais votos do que João Prata ganhou. Contas feitas, este ano menos 2.366 guardenses optaram pelo PS comparativamente a 2009.

«Fiquei surpreendido com a dimensão do resultado», admitiu João Prata a O INTERIOR, expressando «um profundo obrigado» à população. O eleito justifica a vitória com «o desejo de se ver uma Junta mais presente na vida das pessoas», assegurando que «vamos procurar uma política diferenciada nas várias áreas e a melhor coesão possível com a Câmara». O seu primeiro objetivo é «valorizar aquilo que já há», apontando à convergência com a autarquia para «maximizar recursos e melhorar a resposta aos cidadãos. Queremos honrar as expetativas, pois o resultado revela o descrédito pelo que tem sido feito», vinca. «Na Assembleia de Freguesia procurarei, em conjunto com os outros eleitos, melhorar a governação da Guarda para que sejamos um bom exemplo», garante o autarca.

Deputado na Assembleia da República, João Prata acredita que as duas funções são compatíveis e não pondera cessar o mandato em Lisboa, considerando que «provei no passado que não é obstáculo». «A governação não é unipessoal, somos uma equipa», acrescenta o social-democrata, que substituiu Manuel Meirinho no Parlamento. Já o cabeça de lista do PS entende que se «notou a vontade de mudar. A democracia é feita de vitórias e derrotas, nada é eterno». Para Fernando Cabral, «os números são evidentes e representam a derrota do PS», garantindo que vai continuar a ser «um cidadão atento e interventivo como até aqui, independentemente dos cargos que venha a ocupar». O antigo Governador Civil reitera que «a oposição vai vigiar se o programa da Junta é cumprido», acrescentando que «a população fará a sua avaliação daqui a quatro anos».

Sara Quelhas Ex-autarca de S. Miguel obteve perto de 58 por cento dos votos

Sobre o autor

Leave a Reply