Poderá estar para breve a abertura da Pousada da Serra da Estrela. As obras de recuperação do antigo Sanatório dos Ferroviários, na Covilhã, aparentam estar quase concluídas e, de resto, o prazo de execução de empreitada de 418 dias, cerca de 14 meses, já expirou. No local mantém-se uma placa com a indicação de que a abertura da unidade está prevista para 2012.
O INTERIOR tentou obter informações junto da Enatur sobre o andamento dos trabalhos, a data da abertura, bem como se o atual contexto de crise económica altera as previsões iniciais, mas a Empresa Nacional de Turismo remeteu essas respostas para o Grupo Pestana Pousadas, entidade responsável pela gestão e exploração do futuro hotel, que, por sua vez, não respondeu em tempo útil, apesar das questões terem sido solicitadas há perto de um mês. Recorde-se que a empreitada foi adjudicada à Soares da Costa por 13 milhões de euros. O investimento total na futura Pousada da Serra da Estrela, incluindo equipamento, ronda os 19,6 milhões de euros, financiados em 70 por cento pelo Programa Operacional Temático Valorização do Território, no âmbito do QREN. O valor inclui a recuperação e reconversão do antigo sanatório numa unidade hoteleira de quatro estrelas que terá 92 quartos, com cerca de 190 camas, bem como a transformação da zona envolvente, instalação de equipamentos e mobiliário.
O projeto de reconversão é do conceituado arquiteto Souto Moura. Entre as principais valências da Pousada contam-se uma zona de SPA, suite presidencial no quinto piso, restaurante, bar, zonas de animação e lazer e piscinas interiores e exteriores. A frontaria mantém-se, sendo que a zona de receção irá funcionar nas traseiras. O edifício, projetado por Cottineli Telmo (1897-1948) e construído nos anos 30, está abandonado desde a década de 80, tendo sido reconhecido como de relevante valor histórico e cultural pela Direção-Geral de Turismo em 1996. Inaugurado a 11 de novembro de 1944, o antigo Sanatório dos Ferroviários, situado a cerca de cinco quilómetros da Covilhã e a 1.200 metros de altitude, garantia a exposição solar de todos os quartos, solários e galerias de cura previstos na planta original, uma vez que se situa na vertente Sul da Serra.
Ricardo Cordeiro