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Potencialidades regionais

Anotações

O Turismo de Saúde e Bem-Estar tem vindo a suscitar uma nova atenção por parte de empresários investigadores que reconhecem como necessária a rentabilização das potencialidades existentes no nosso país, e mormente nesta região do interior.

Como tem sido sublinhado em encontros e debates sobre a referida temática, este é um mercado a desenvolver; aliás, em termos mundiais, estima-se que o sector atinja, no corrente ano, 100 biliões de dólares.

Valorizar o posicionamento turístico do destino Portugal – considerado um dos países da Europa mais rico em águas termais – e promover a sua internacionalização são dois dos objetivos do Cluster do Turismo de Saúde e Bem-Estar de Portugal. A sua comissão instaladora, formalizada há alguns meses atrás (composta por docentes do ensino superior, investigadores e empresários) fez notar que nos principais destinos de turismo de saúde e bem-estar se destacam os segmentos de termalismo, talassoterapia, turismo médico e turismo estético.

O documento que fundamentou a consolidação deste Cluster destaca importância do turismo da saúde e bem-estar na sociedade hodierna, bem como a diversidade das regiões turísticas de Portugal e a “saudável concorrência entre destinos turísticos às escalas regional e global”; por outro lado, alerta para a “indispensabilidade do enquadramento científico, designadamente ao nível de linhas de investigação por patologias e por terapias harmonizadas e validadas, que permitam assegurar a excelência dos tratamentos e a segurança dos utentes”.

A evolução deste setor passa, também, por ministrar preparação adequada aos profissionais de saúde e turismo que trabalham ou pretendam vir a desenvolver a sua atividade neste segmento turístico; daí que seja defendido o incremento da formação e investigação no âmbito do turismo de saúde e bem-estar.

Refira-se que em Portugal existem 36 estabelecimentos termais em atividade, 20 dos quais localizados na região centro, onde têm surgido iniciativas orientadas para a adesão de novos utentes, dentro dos vários escalões etários. Algumas estâncias termais lançaram já ações tendentes a fomentar o termalismo júnior, em especial para destinatários com problemas respiratórios, uma ação que procura preparar o futuro, com a criação de hábitos junto dos mais novos e potenciais utilizadores no futuro. As termas não proporcionam apenas tratamentos mas oferecem igualmente espaço de repouso e lazer, na generalidade dos casos rodeado de relaxante cenário natural e ambiental.

Evidenciar o tratamento termal como alternativa ao uso de anti-inflamatórios e de outros tratamentos “globalmente mais vantajosa, sem efeitos nocivos secundários no organismo e que garante uma melhor qualidade de vida” foi o objetivo de algumas iniciativas que decorreram nos últimos dois anos, nomeadamente nas Termas de São Pedro do Sul.

A diminuição do consumo de fármacos e dos dias de baixa por doença pode aplicar-se a várias patologias, como demonstram, inequivocamente, alguns estudos feitos em vários países.

A oferta das termas portuguesas é variada, sendo indicadas para diferentes tipos de doenças, como, por exemplo, do foro osteoarticular, respiratório, digestivo e dermatológico. A composição específica das águas minerais naturais e a sua temperatura, em articulação com o ambiente termal e técnicas adequadas, respondem, com eficácia comprovada, a um vasto conjunto de situações, sempre sob orientação médica.

Atendendo ao número de estâncias termais na nossa região, o turismo de saúde e bem-estar poderá assumir um eminente papel no desenvolvimento económico e social das localidades onde brotam “águas da saúde”. Esta rentabilização passa, necessariamente, e à semelhança do que se verifica noutros países, por um trabalho e cooperação interdisciplinar; por uma estratégia conjunta e pela definição, objetiva, de especificidades e complementaridades.

E este é um desafio para ser assumido, de imediato.

Por: Hélder Sequeira

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