Os portugueses trabalham cada vez mais dias para se libertarem de impostos, segundo o relatório “Dia da Libertação de Impostos” (DLI), elaborado pela Universidade Nova de Lisboa em parceria com a Associação Industrial Portuguesa (AIP) e que foi hoje divulgado.
A análise recorda que, em 2000, o que os portugueses ganharam, em média, até 8 de maio foi para impostos. Dez anos depois, tiveram de trabalhar mais cinco dias para cumprir as obrigações fiscais. Ao longo da primeira década do século XXI, o dia da libertação de impostos aconteceu, por norma, na primeira metade do mês de maio e a tendência era para que os portugueses ficassem livres de impostos cada vez mais tarde. Em 2003, tiveram de trabalhar até 7 de maio para pagar os impostos, mas em 2007 foram necessários mais 12 dias para saldarem as contribuições (19 de maio).
No entanto, o DLI diminuiu seis dias em 2009 (12 de maio), o que significa que «a coleta de impostos e contribuições sociais registou uma diminuição mais acentuada que a do PIB nominal», lê-se no relatório. Também a redução da taxa normal do IVA de 21 para 20 por cento em meados de 2008 contribuiu para este resultado. Para esta análise foram considerados o Produto Interno Bruto (PIB), o universo dos trabalhadores portugueses e vários tipos de impostos, como o IRS, IRC, IVA e ainda impostos sobre veículos e tabaco, entre outros. Pinto Barbosa, coordenador do DLI, adiantou que não foram feitos estes cálculos para os anos de 2011 e 2012, uma vez que se considerou que, devido às alterações estruturais em curso, «qualquer previsão seria muito pouco fiável».