Quase 30 milhões de pessoas vivem como escravos em todo o mundo, perto de metade das quais na Índia, segundo a organização dos direitos humanos Walk Free Foundation.
Portugal surge próximo do fim da lista dos países com mais casos de escravatura, está em 147º lugar entre 162. Ainda assim, tem 1368 escravos, segundo o “Índice da Escravatura Moderna” hoje divulgado pela Walk Free Foundation, organização de direitos humanos sediada na Austrália.
No total, a organização calcula que quase 30 milhões de pessoas vivam em condições de escravatura em todo o mundo, uma parte muito significativa das quais em países de economias emergentes. A Índia surge destacada na lista dos dez países com mais pessoas a viverem como escravas, com cerca de 14 milhões de pessoas, seguida pela China com quase três milhões e pelo Paquistão com cerca de dois milhões. Seguem-se a Nigéria, Etiópia, Rússia, Tailândia, República Democrática do Congo, Myanmar e o Bangladesh.
Estes dez países reúnem 76 por cento das 29,8 milhões de pessoas que vivem como escravas em todo o mundo.
«Atualmente algumas pessoas continuam a nascer como escravas por hereditariedade, uma impressionante e dura realidade, em especial em algumas zonas de África Ocidental e do Sul da Ásia», refere a primeira edição do “Índice da Escravatura Moderna”, que deverá passar a ser publicado anualmente.
Moçambique surge como um caso preocupante
A escravatura moderna inclui diversos tipos de trabalhos forçados como servidão por dívida, casamentos forçados e exploração de crianças, nomeadamente em países com conflitos armados.
Entre os países lusófonos, Moçambique aparece com o maior número absoluto, com uma população escrava estimada de mais de 173 mil, destacado entre o grupo de países com um índice especialmente preocupante. A lista dos países com maior prevalência de escravatura, tendo em conta a totalidade da sua população, é encabeçada pela Mauritânia, seguida pelo Haiti, Paquistão, Índia e Nepal.
Cabo Verde é o país lusófono que regista maior prevalência, surgindo nesta lista em 15º com cerca de 4 mil pessoas, seguido pela Guiné-Bissau em 20º com mais de 12 mil, por Moçambique 35º com mais de 173 mil pessoas, pelo Brasil em 94º com perto de 210 mil e por Angola em 116º com perto de 17 mil.