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Pontos para discussão:

Crónica Política

1 – A Guarda obteve a classificação de Muito Bom no que respeita à qualidade de vida que proporciona. Não conhecendo o estudo em profundidade mereceu-me regozijo esta classificação sabendo, naturalmente, que os estudos valem o que valem dependendo dos parâmetros que são avaliados e da forma como são interpretados. Se a sua divulgação servir, pelo menos, para criar confiança a quem pretenda aqui instalar-se já surtiu um resultado positivo. A questão é que por muito boa qualidade de vida que a Guarda apresente ninguém virá fixar-se aqui se não tiver onde trabalhar e, como é visível, as dificuldades de empregabilidade aqui são enormes. Ou seja, na prática não trará mais pessoas a menos que seja para férias.

2 – As Câmaras Municipais vão ter que disponibilizar parte do seu orçamento para suportar os Postos de Turismo pertencentes à Região de Turismo da Serra da Estrela. A má gestão evidenciada pela RTSE levou à acumulação de dívidas que arrasaram a capacidade financeira desse organismo. Apesar de cada autarquia ter responsabilidade na promoção turística local foi criado um órgão regional com esse objectivo. Ora, contas feitas, percebemos que os prejuízos são manifestamente superiores aos resultados benéficos. Perante este facto, e após decisão de transferência para as autarquias das despesas inerentes a esses Postos, entendo que apenas uma solução se justificava: a extinção da RTSE!

3 – Finalmente foram ligadas as barragens da Meimoa e Sabugal. Considero importante sublinhar dois resultados desta obra de engenharia. A área agrícola com possibilidade de regadio aumentou 14 000 ha o que, em teoria, proporcionará um aumento de produtividade agrícola local ou mesmo a implementação de outro tipo de culturas com maior valor acrescentado; A convicção do Secretário de Estado Bianchi de Aguiar Embora em relação ao cumprimento das metas comunitárias em termos de produção de electricidade a partir de fontes renováveis é pura ilusão. Seria necessário muitas mais mini-hidrícas pelo país para que tal fosse conseguido. No entanto, pelo menos contribuiremos com a nossa parte;

4 – Depois de sermos uma das principais ligações à Europa por ferrovia acabamos por não conseguir, nem sequer, um apeadeiro para o TGV. Não vale a pena encontrarmos bodes expiatórios para o fracasso mas vale a pena reflectir se em lugar de quezílias políticas internas sobre o tema não teria sido mais vantajoso uma união forte na luta pelo mesmo objectivo.

Assim, mais não temos do que uma bandeira da Muito Boa Qualidade de Vida para acenar enquanto o comboio passar…

Por: João Nuno Pinto

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