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Ponto da Situação

Afinal o fim do Mundo ficou para a próxima. Um vasto leque de paranóicos trabalha já para encontrar uma data plausível e bem redondinha, de preferência suportada por algum escrito ou teoria pouco verificável nos seus fundamentos. Paranóias ou não à mistura, há quem pense que talvez o Mundo não acabe como um todo e tenha tendência a desagregar-se por partes, começando por exemplo por Portugal – cortesia de Pedro Passos Coelho e Vítor Gaspar, entre muitos outros. Aqui os textos têm verosimilhança, os factos são verificáveis e há quem esteja a trabalhar aberta e duramente nesse sentido.

E este é, muito resumido, o ano de 2012: a vida continua e Portugal está desgraçado. Mas podemos também descer ao pormenor, por exemplo à cidade da Guarda. Depois de muita especulação sobre a recandidatura à câmara de Joaquim Valente, este acabou com os tabus e deu lugar à geração seguinte. O candidato vai ser José Igreja, vencedor das primárias. Pode ser que o PS acredite que a única forma de manter o poder seja apresentar um candidato que nada tenha a ver com a gestão dos últimos anos e que prometa ou torne plausível um fresh start (como se diz, e a escolha das palavras não é mera coincidência, embora o seja a aplicabilidade ao caso, na lei de falências norte-americana), face aos últimos executivos e perante um eleitorado possivelmente farto do PS.

Manuel Rodrigues teria assim uma possibilidade histórica de ganhar a câmara para o PSD. Não tem anticorpos (a não ser no próprio PSD?), ninguém lhe pode apontar a mínima responsabilidade pelo estado a que a cidade e o concelho chegaram, tem visibilidade pública e qualidades suficientes para um bom desempenho do cargo. Mas tem dois problemas, pelo menos: Pedro Passos Coelho e Vítor Gaspar.

Em qual dos candidatos votarei? Sou amigo dos dois e tenho esperanças em que, seja qual for dos dois a ganhar, as coisas melhorem. Mas para já, vamos esperar pelas ideias (e pelo aparecimento de mais candidatos).

Por: António Ferreira

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