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Politicas de saldo (continuação)

MENTIRIORIDADES

Deixem as mesquinhices e comecem a falar daquilo que realmente interessa. Propostas. Realizáveis, que sirvam efectivamente o povo e para o povo.

Deixem as vaidades de lado. O povo não quer saber se uns têm cartazes maiores ou mais pequenos. Se ficam melhor ou pior na fotografia. Se se parecem com santos ou noivos. Se são fortes ou magros. Se usam ou não gravata. O que o povo quer é que digam o que pretendem.

Porque é que ainda não se ouviram propostas concretas sobre as politicas necessárias para esta região?

Porque é que só se ouve falar de desenvolvimento sustentado ou sustentável para a nossa região? São palavras da moda.

Porque é que quando se questionam os candidatos sobre as propostas que têm para os seus municípios, estes respondem que os programas são todos iguais. E que, depois de ganharem, logo pensam naquilo que é necessário fazer. O importante é ganhar primeiro.

Temos também o discurso do interior. Melhor dos interioristas assumidos.

Somos os desgraçados do costume. Coitadinhos de nós que estamos aqui no interior profundo.

Porque é que as dificuldades geográficas, morfológicas e humanas desta região, servem sempre de desculpa. Se não conseguirem fazer aquilo que prometem a desculpa é do interior. É fácil. E se esta desculpa não servir, a culpa é da crise. Quando é que de uma vez por todas assumem que a dificuldade está sim no facto, de não conseguirem ter politicas atractivas para investidores potenciais, sejam eles públicos ou privados. Ou de que as politicas pensadas são sempre e só de mera gestão eleitoralista, ou seja: estão sempre com o pensamento no seu futuro a quatro anos.

Por acaso já pensaram que existem regiões em Portugal – Açores e Madeira – essas sim isoladas, que têm evoluído exponencialmente em todos os sectores e nunca ouvi aquela gente queixar-se de que vivem isolados. Fundamentalmente porque são uns lutadores, são criativos, são dinâmicos e, trabalham todos os dias em busca de novas ideias. E o mais interessante é que aquela gente que ali vive é descendente dos povos desta região das Beiras. Querem ver que quando se fez o povoamento das ilhas ouve uma intenção nítida de selecção de genes. E foram para lá só os melhores?

É mais fácil nada fazer, mas o destino é aquilo que dele fazemos.

E o que vão dizer estes políticos/candidatos (ou candidatos a políticos), àqueles que hoje convidam para assumir a presidência das freguesias, quando for necessário decidir que freguesias irão desaparecer. Sim, este governo prepara-se para fazer a fusão de uma série de freguesias deste país, todas aquelas que tenham menos de 500 eleitores. Quantas freguesias temos nesta situação? Muitas. Qual vai ser o papel daqueles que vão ter a difícil tarefa de encerrar as “portas” da sua freguesia? Ou de dizer àqueles que neles votaram que, a partir de determinada altura, a sua freguesia passa a ser anexa de outra.

Até quando pensam poder continuar a enganar o povo?

A culpa é do interior, deste interior que umas vezes serve de vantagem política, porque é lindo, porque temos que acreditar no interior, porque o interior é o futuro, porque tem aquilo que mais nenhum outro sítio tem, mas quando não se consegue realizar aquilo que se prometeu então a culpa é do interior.

Por: José Parcerias

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