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Politicamente contra… no adeus (não… a Deus ) de Sócrates

(…por razões teleológicas de racionalidade prática…)

Mergulhei em salto profundo no rio das águas da Ética a Nicómaco, recolhi-me no mais íntimo de mim para mais uma análise do momento, procurando sacudir qualquer laivo de preconceito.

Não consigo porém entender o matraquear de razões… de certas pessoas que advogam a recondução do líder em epígrafe.

Nem em razão de justiça pelo trabalho feito, nem noutras, também por isso de interesse nacional.

Pelo que sentimos e vemos não concluímos como propõem, e este ataque repetitivo à figura de Passos Coelho, como se nada mais houvesse para sustentar, parece esclarecedoramente redutor para quem amealhou tanta experiência como profissional da política.

Estranhamos assim algumas defesas internas do PS, mesmo à luz de razões institucionais, perante a evidência do desgaste e do protagonismo último da figura política em causa.

De modo que sai reforçada para muitos de nós a ideia de fim de cena, nomeadamente quando no decurso da campanha não aproveita para sublimar, ressuscitar no pressuposto da sua dita alta experiência política um discurso tranquilizador, de confissão e aceitação dos erros anteriores (porque os melhores também erram), de desculpas sinceras, porque assim superior, quanto ao futuro do país, as verdadeiras linhas mestras de missão política que nos levassem a aderir, e admitir a evidência da apesar de tudo sua escolha política, por razões de consciência.

Muito pelo contrário, tal desiderato mínimo não o julgou indispensável, entrincheirando-se numa luta a um nível que julgávamos dever ter ultrapassado.

E cabia-lhe esse magistério, planando com espírito superior sobre os adversários, servir, amar, defender um projeto novo que se impõe no futuro.

Como aceitar a não apresentação de desculpas perante tantas erros, tantas dúvidas sobre medidas tomadas de modo desproporcionado, desigual, injusto?

Não o conseguiu… Não foi mais uma vez capaz de compreender o momento, a angústia dos portugueses.

Não é capaz de ver o essencial.

Não é capaz de nos entender, e nós não o entendemos.

Decisivamente… pode ganhar, para muitos de nós já perdeu, voltou a perder.

Não é com alegria ou interesse que o expressamos, mas é o que resulta de uma, pensamos, necessariamente justa, indispensável e objetiva análise.

João Castanho, Guarda

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