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Política de Ideias

Analisando as notícias que vou ouvindo e lendo e também as opiniões das pessoas com quem falo, penso que o descrédito em relação à classe politica, tanto a nível nacional como a nível local, se deve, em grande medida, ao facto de haver abundância de críticas e escassez de propostas concretas na actividade parlamentar.

Não digo que não deve haver críticas no debate, antes pelo contrário, penso apenas que a balança está bastante desequilibrada no que respeita a estes dois factores. Nalguns casos, o voto contra corresponde a uma tomada de posição firme e é crítica suficiente, sendo muito mais útil e proveitoso avançar com ideias do que “perder tempo” com justificações extensas desse voto, que pouco contribuem para a resolução dos problemas reais das populações.

Considero também que seria muito importante para quem nos representa suportar as propostas que leva a sufrágio nas ideias e nas sugestões dos cidadãos representados. É perfeitamente aceitável dizer que se tem legitimidade para avançar com propostas sem ouvir os eleitores, pois os eleitos estão suportados pela confiança de quem os elegeu. Contudo, penso que só se tem a ganhar em ouvir as pessoas e para isso é indispensável ir ao seu encontro. Este aspecto, aliado ao conhecimento aprofundado da realidade onde se quer intervir, pode contribuir para uma mudança decisiva de rumo.

Tenho perfeita consciência de que, por vezes, a oposição parlamentar é confrontada com o repúdio em relação às suas propostas para mais tarde, quando já ninguém se lembrar das mesmas, o Governo (nacional ou local) avançar com outras muito parecidas reivindicando a sua autoria. De qualquer forma, penso que deve haver confiança na análise e na avaliação das pessoas no momento do voto e, por isso, considero que esta ideia deve ser reflectida, pois é importante que se procure sempre prestar um melhor serviço aos cidadãos.

Miguel Pires, Guarda

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