“Desafios da Educação Pré-Escolar” foi o tema das I Jornadas de Educação que decorreram, nos dias 23 e 24 de Abril, no Instituto Politécnico da Guarda.
Organizadas pela Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto/IPG, estas jornadas abordaram temas como “A importância da Educação Pré-escolar”, “As emoções no Pré-escolar: mais do que estar alegre ou triste”, “Desafios da Inclusão em Educação Pré-escolar” e “Educação Pré-escolar como tempo fundador: implicações e desafios”.
José Hernandéz Díaz, da Universidade de Salamanca, um dos conferencistas, defendeu a necessidade em se “apostar em mais recursos, melhores métodos, melhores instalações, melhores condições para que as crianças em idade pré-escolar encontrem condições favoráveis para aprender a serem cidadãos, a socializar-se, para além das relações com os seus pais e familiares”.
Este docente da Universidade de Salamanca evidenciou a “relação e cooperação habitual com o Politécnico da Guarda. É uma cooperação habitual e necessária entre as nossas instituições, pois necessitamos de construir laços de cooperação científica e humana em todos os aspetos. Vivemos numa sociedade cada vez mais próxima, cada vez mais global mas também, como é o caso, com o desejo expedito de superar barreiras históricas, fazer uma proposta transfronteiriça”.
Vera do Vale, da Escola Superior de Educação de Coimbra, que falou sobre “As emoções no Pré-Escolar” assinalou este tema como “muito importante, até por todas as investigações internacionais.
Aquilo que se tem estado a demonstrar é a ligação do desenvolvimento sócio emocional à aprendizagem escolar. Se as crianças não fizerem um desenvolvimento adequado, em termos das emoções, da gestão emocional têm problemas, nomeadamente de aprendizagem, de adaptação à escola”.
Partindo da sua observação, enquanto formadora, Vera do Vale comentou que “hoje em dia o pré-escolar tem estado a ser, digamos, “colonizado” pelos níveis de ensino que se sucedem; isto porque acham que as aprendizagens precoces vão beneficiar as crianças. Neste caso, determinadas aprendizagens precoces não as vão beneficiar, pois está provado que estas aprendizagens altamente “escolarizantes”, sem grandes significados, passado um ano são perdidas pelas crianças”.
Na sua perspetiva os fundamentos de uma educação pré-escolar de qualidade passam, nomeadamente, por “tudo quanto tenha a ver com atitudes, com o espírito criador, científico, por saber colocar hipóteses, com saber as causas e efeitos, por perceber conceitos”.
O Bispo da Diocese da Guarda participou, no último dia das jornadas, no painel “Desafios da Inclusão em Educação Pré-escolar”.
D. Manuel Felício, após evidenciar a oportunidade desta iniciativa da ESEC/IPG, disse-nos que “quem se ocupa da educação ocupa-se naquilo que é mais importante na vida das pessoas. Assim, os assuntos de educação que se tratam aqui dentro da Escola, nas diferentes aulas e programas, interessam, necessariamente, ao público em geral. Evidentemente que esses assuntos não podem ser transportados para o exterior com a mesma linguagem usada aqui.”
